Bem vindo(a) hoje a mais um episódio do podcast oficial da Tribo Forte!

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Neste episódio:

  • Ataque às crianças feito pelo Greenpeace;
  • Estudo interessante sobre como reverter o fígado gordo;
  • E mais;

Escute e passe adiante!!

Saúde é importante!

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Ouça o Episódio De Hoje:

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Quer Emagrecer De Vez? Conheça o programa Código Emagrecer De Vez

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Abaixo eu coloco alguns dos resultados enviados pra mim por pessoas que estão seguindo as fases do Código Emagrecer De Vez, o novo programa de emagrecimento de 3 fases que é o mais poderoso da atualidade para se emagrecer de vez e montar um estilo de vida alimentar sensacional para a vida inteira.

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Caso de Sucesso do Dia

Referência

Vídeo do Greenpeace

Estudo Sobre Doença do Fígado Gordo Não Alcoólica

Transcrição do Episódio

Rodrigo Polesso: Fala pessoal! Bom dia pra vocês! Bem vindos ao episódio numero 247 aqui do podcast da Tribo Forte, sua dose semanal de saúde baseada em evidencias, boa forma baseada na melhor literatura cientifica que a gente tem. E claro, que de vez em quando a gente vem trazer coisas que tão realmente ameaçando bastante gente, nesse caso aqui tão ameaçando as nossas crianças, existe um ataque às crianças sendo feito aí bem recentemente pelo Greenpeace, você vai entender um pouco mais sobre isso aqui. E também tem um estudo bem legal pra mostrar pra vocês sobre fígado gordo, como é poderosa uma intervenção fácil de seguir até, pra você reverter completamente a questão do fígado gordo não alcoólico. A gente vai falar disso também hoje aqui. Mas primeiro vamos começar com esse assunto que tá no momento, a gente recebeu bastantes mensagens de gente mandando pra a gente esse vídeo… Saiu um vídeo no youtube que veio do Greenpeace, não é um vídeo, é um cartoon, feito para crianças, um cartoon bem elaborado graficamente a gente vê em português, que lança um ataque direcionado ás crianças, trazendo medo, trazendo um monstro, trazendo medo e repúdio em relação a carne, dizendo que as florestas da Amazônia estão sendo desmatadas para criar grãos para alimentar os animais e mostra a criança tentando comer uma coxa de frango na geladeira e daí aparece um monstro na hora e assusta a criança e começa a contar toda essa historia. Dr Souto, eu vou ler, deixei meu comentário lá, vou ler meu comentário… Esqueci de te dar as boas vindas ao podcast de hoje, então: Boas vindas ao podcast de hoje!

Dr. Souto: Bom dia Rodrigo! Bom dia aos ouvintes!  Mas sim, a indignação tá correndo solta nas nossas veias.

Rodrigo Polesso: Tá muito! Então pessoal de novo, você pode ver depois aqui nas notas do podcast na transcrição, no emagrecerdevez.com, episodio 247, você pode ver o link pra esse vídeo, é um cartoon como eu falei, feito pra crianças, de 2 minutos onde tem um monstro que assusta as crianças e o argumento deles é basicamente “para de comer carne, você tá destruindo as florestas da Amazônia, você tem que chamar seus amiguinhos da escola pra dizer pra pararem de fazer isso. Parar de incentivar o desmatamento da Amazônia pra alimentar os animais e etc…” Então, eu deixei um comentário lá, o Dr Souto também deixou e muitas pessoas deixaram, felizmente deu um grande envolvimento de negatividade nos “jóinhas” do vídeo, talvez possa analisar, porque é uma coisa criminosa direcionada às crianças. Eu falei o seguinte: falei que é uma vergonha que nós tenhamos atingido níveis tão baixos de apelação como este esse vídeo anda no caminho oposto da ciência, ignora o funcionamento dos ciclos biológicos do planeta Terra, traz potenciais grandes e irreversíveis malefícios a saúde de crianças e empurra uma agenda descaradamente e irresponsavelmente. Que mais gente veja o verdadeiro monstro da questão que é a incompetência e a falta de integridade de quem elaborou, aprovou e publicou este vídeo. É de se indignar! Dr. Souto, quais as tuas impressões?

Dr. Souto: Rodrigo, eu achei especialmente, me deixou com desgosto muito grande porque é uma peça de propaganda, muito bem feita, direcionada pra crianças, direcionada pra um público que não tem as ferramentas de pensamento crítico pra olhar aquilo da forma que nós estamos conversando aqui. Então, o vídeo ele tá narrado em português, mas se vocês olharem as coisas no vídeo estão escritas em inglês, então ele é mundial, é uma campanha do Greenpeace, e aí ele basicamente tem as seguintes etapas: tem um monstro na minha cozinha, então é um texto narrado em rima, aí a criancinha chega lá, abre a geladeira e é isso que o Rodrigo descreveu, o monstro na realidade tem uma onça ali na cozinha e aí o vídeo inverte deixando claro que o monstro é você que come carne, o monstro é a criança que foi ali comer carne. E que com isso, está destruindo a floresta, e aí no final vem a mensagem assim “mas você pode acabar com tudo isso, troque a carne pelo feijão e pelo agrião”. Então, é mentira, a gente sabe que não é só ingenuidade, eu vou ler pra vocês aqui o que eu escrevi, eu escrevi um textinho que resume muito do que a gente pensa, daquilo que a gente já conversou, acho que tá na hora de quem tá nos ouvindo, se não ouviu ainda, voltar lá nos episódios com a Dra. Ana Flávia, a zootecnista, onde a gente aprofunda esses temas. Eu escrevi assim ó: Propaganda descarada e carregada de ideologia direcionada a crianças. Sinto vergonha alheia! A esmagadora maioria do gado brasileiro come pasto, pasto esse que cresce com agua da chuva e energia solar, ajudando a sequestrar carbono no solo sem prejudicar os aquíferos. Lembrando ainda que boa parte da terra destinada ao gado não se presta agricultura e que muitos dos subprodutos da agricultura (lembrem né pessoal, as partes das plantas que a gente não come, a gente não come a espiga do milho, a gente não come o talo do trigo) podem ser transformados pelo gado em proteína valiosa pra nós. Aí vem a historia dos gases, o CO2 e o metano liberado pelo gado fazem parte de um ciclo, ou seja, o capim que foi comido é transformado nesses gases que são utilizados novamente pelo mesmo capim ao crescer. Ao contrário do que ocorre com a monocultura de grãos, que utiliza fertilizantes de origem petroquímica, aí sim colocando na atmosfera gases que estavam sequestrados no  subsolo há milhões de anos e poluindo os aquíferos e rios,  e o detalhe importante que é a parte crucial que as pessoas tem que entender: essa monocultura mata todo e qualquer ser vivo, criando um deserto verde, afim de que uma pessoa urbana e sem noção possa ter a ilusão de quem nenhum animal morreu no preparo do seu tofu. Desmatamento deve ser combatido, não importa se os grãos são pra exportação pro gado americano, por exemplo, ou pra consumo humano, e aí eu vou fazer uma analogia que eu quero que vocês aí que estão nos ouvindo usem quando discutirem esse assunto com as pessoas que tão caindo na propaganda, e a analogia é o seguinte: por essa logica, deveríamos andar nus, já que boa parte das roupas que são feitas, que nós usamos, são feitas por trabalho infantil na Ásia. Toda pessoa decente é contra a exploração do trabalho infantil, mas a forma de reduzir essa degradação não é abolir o uso da roupa, você não diz assim “Já que tem crianças na Ásia sendo exploradas pra fazer as roupas baratas que eu compro no magazine, no shopping, então pra protestar contra isso, pra que essas crianças não tenham que trabalhar nessas condições desumanas a minha solução é o quê? Não usar roupa? Não né! É exigida às marcas que você compra que tenham responsabilidade social.”. O mesmo vale pra forma como porcos e aves são criados, se você, como eu, como o Rodrigo, acha que galinha não foi feita pra ser criada numa gaiola, porco não foi feito pra ser criado num espaço pequeno, então a solução não é você abolir essas espécies do planeta e passar a comer pasto, a solução é que você faça campanhas nesse sentido, exija selos de boas práticas, ajude a mudar essa realidade direcionando seu dinheiro pra animais criados soltos, fazendo campanha pra mudança das leis. O que tornaria nosso mundo melhor seria ensinar as crianças que existe uma agricultura regenerativa, que integra a criação de animais a lavoura, aumentando assim o rendimento das duas coisas e promovendo bem estar animal, ao invés disso o que a gente tá fazendo? Criando uma geração de crianças mal nutridas, obesas e desinformadas, que não sabem que muito mais animais morrem pra fazer o seu sucrilhos do que pra fazer o seu bife. Mas tudo bem, porque essas crianças que futuramente serão anêmicas e diabéticas podem ser tratadas pela indústria farmacêutica. Esse foi meu desabafo né pessoal.

Rodrigo Polesso: É, eu acho que faz muito sentido, inclusive, sobre isso, nesse momento agora tem um novo documentário que acabou de sair, a gente falou do livro Sacred Cow, saiu o documentário chamado Sacred Cow, no momento dá pra assistir ele gratuitamente, e depois do período que seja gratuito, tenho certeza que seja barato também, é Sacred Cow, eu recomendo que vocês vejam, não é o único documentário sobre isso, existe o livro também, o que eles fazem? Eles basicamente explicam exatamente o que a gente tá falando, com base em evidencias, mostrando que a única forma de alimentar o planeta de forma sustentável é fazer como o Planeta Terra sempre fez, durante toda a historia do planeta que é basicamente ter esses animais rotacionando na Terra, colocando carbono de volta para as plantas crescerem, depois eles pastam as plantas, eles movem para outro lugar, aquela terra continua fértil, continua verde, a vida vive ali, não só as vacas, como qualquer animal, galinhas e micróbios no solo ficam ali vivos e todo mundo corre feliz e sem contar também, como a gente falou, a quantidade de nutrição concentrada na carne animal é tudo que a gente precisa, e agora quando você pega a monocultura elimina tudo isso que a gente acabou de falar, esse trilho de carbono que a gente falou, trilho de poluição, eles querem esconder isso, mas se você começar a pensar a respeito você vê as maquinas jogando pro céu desertificando aquele solo que morre, a agua escorre por cima, acaba alagando outras áreas, você não consegue usar aquela área pra nada…

Dr. Souto: Água essa que leva pesticidas, que leva excesso de nitrogênio e que mata tudo pelo caminho…

Rodrigo Polesso: Então vejam esse documentário pessoal, se você entende inglês, não sei se tá traduzido já. É Sacred Cow, ou tem o livro, como eu falei, A Vaca Sagrada é o nome. Não é o único, você pode ouvir os podcasts, 2 que a gente fez com a zootecnista Ana Flávia, é importante que a gente saiba os fatos por trás disso tudo pessoal, essa é a agenda mais forte do momento, é a agenda mais complexa e a mais forte e muito apelativa que tá aí há anos e eu acho que vai ficar mais forte ainda, que é a questão da mudança climática e a ameaça desse assunto que é muito complexo, uma ameaça iminente é realmente esse ataque a carne que é completamente injusto, ainda mais atacando as crianças, criando esse medo, essa repudia nas crianças, sabendo que a gente tem estudos conduzidos na África mostrando que simplesmente dando um pouquinho de carne para as crianças elas se desenvolvem melhor, crescem mais, a performance cognitiva aumenta, não tem como discutir os benefícios disso, então, enfim Dr. Souto, é triste ver uma coisa dessas acontecendo. O Greenpeace pra quem não sabe pessoal, não tem nada de “Greenpeace” não, tá?! Eles são um monte de ativistas, quando eles começaram, na época, foi bem até com intuito, tanto que um dos principais fundadores, o Patrick Moore, ele se demitiu, se desconectou completamente do Greenpeace, ainda nos anos 80, depois que ele viu que realmente perderam a conexão com o proposito inicial e hoje em dia é uma empresa como todas, com milhões de dólares investidos em marketing, que eles conseguem, pra colocar esse tipo de cartoon pra crianças custa muito dinheiro, então eles acabam arrecadando dinheiro pra fazer esse tipo de desserviço. Então não se enganem pessoal com muitas dessas nonprofits, que tem uma agenda por trás, uma empresa com empregados, com funcionários lá dentro, orçamentos gigantescos em marketing e você acaba às vezes, na melhor intenção do mundo, doando dinheiro pro pessoal fazer esse tipo de coisa.

Dr. Souto: É, a técnica ela é uma técnica muito usada, muito conhecida de persuasão em termos de marketing, e mais uma vez, fico muito indignado porque o público alvo não tem condições de reagir contra isso. Qual é a técnica? A técnica é assim: você pega algo que é inquestionavelmente bom, uma boa causa, quem não é a favor da preservação da biodiversidade da floresta? Quem é que quer exterminar aquela biodiversidade e tocar fogo na floresta? Ninguém. Só uma pessoal horrível gostaria de fazer isso. E aí você vincula (e essa vinculação é a parte da mentira) você vincula isso ao fato de que a pessoa tá comendo carne, então, veja bem, digamos que ninguém mais vai comer carne, então nós temos que plantar soja suficiente pra fazer tofu pra todo mundo, pô e aí eu não vou acabar como mesmo problema? Aí você vai dizer: “tá, mas eu não preciso plantar soja na Amazônia”. Tá bem, cara pálida, você também não precisa criar gado na Amazônia. Então, você tá substituindo o problema pelo mesmo problema, só que acontece que a agenda que tem por trás ali é outra, e nós chegamos à conclusão que por motivos, digamos que éticos, eu não quero que ninguém coma animais, e pra isso eu vou mentir, e vou mentir como? Fazendo com que você se sinta um monstro, um ser que tá matando aquela onça bonitinha do cartoon se você comer carne. Então, é uma estratégia do mal, é uma estratégia de marketing feita pra vincular algo que ninguém seria contra como se fosse uma decorrência automática de algo que você tá fazendo, mas não é uma decorrência automática, tá certo?! Então assim, eu moro aqui no Rio Grande do Sul, o gado que eu como vem das pastagens daqui, boa parte dessas pastagens, a esmagadora maioria delas, talvez 80% delas não tem como praticar a agricultura de lavoura, elas são em colinas, elas são pedregosas, elas são em solos inadequados pro cultivo, no entanto, aquilo ali tá tudo fazendo fotossíntese e caindo agua da chuva igual, se você botar uma vaca ali, o que acontece? Essa vaca transforma aquilo em comida boa para seres humanos ao mesmo tempo que renova e fertiliza aquele solo… veja pessoal, é bom lembrar: a gramínea quer ser pastada! Vou fazer uma pausa pra você pensar, se tá dirigindo, para. De novo: a gramínea quer ser pastada! Se a gramínea não for pastada, ela vai crescendo, crescendo, ela oxida sob a ação do sol e do vento e vira uma palha que vai matando o próprio solo que tá embaixo dela e pega fogo e não dá certo. Como é a gramínea? Ela tem raízes profundas e perenes, então se você pasta ela, ela fica curtinha e aí isso gera uma transformação hormonal naquela planta que dá um novo vigor de crescimento dela, e sabem como ela cresce, amiguinhos? Tirando o CO2 do ar. E as raízes permanecem. Então salvo se houver um overgrazing, se você deixar os animais pastarem demais, até chegar na altura da raiz, chegar a deixar o troço no nível do solo, isso vai acontecer apenas como mal manejo, mas todo fazendeiro de pecuária sabe que ele tem que ir rotando os campos, porque afinal é do interesse dele a produtividade, então você tá emulando através da pecuária aquilo que aconteceria no mundo natural. Como é no mundo natural? Você tem os herbívoros e sempre onde tem um herbívoro tem o que? Os predadores que  tão indo atrás. Então, os predadores fazem com que aquele conjunto, aquela manada de herbívoros esteja sempre em movimento, como tá sempre em movimento nunca há overgrazing. A natureza sabe como fazer, é incrível! Dá certo! Então vai ter gente aqui que vai achar que não, que eu não posso comer o meu churrasco porque com isso eu vou queimar a Amazônia…

Rodrigo Polesso: É, é essa conexão que você falou mentirosa que eles querem criar, e é muito fácil, eles pegam uma coisa que ninguém discorda e bem rapidinho sem ninguém perceber eles conectam uma ideia que é a agenda deles. Inclusive aqui no meio oeste do EUA, toda parte do meio do EUA, vindo pro Canadá também, todas essas províncias do meio aí, antigamente a gente sabe que existiam milhões de herbívoros, búfalos, bisão, e todo tipo de animal andando por essas terras, por isso que elas são, eram pelo menos até recentemente, as terras mais férteis dessa região gigantesca aqui na América do Norte e agora o que tem? São tão férteis que eles tão fazendo uma monocultura nessas terras por muitas décadas já, e a terra não está mais fértil como antigamente, já não está mais, então pra trazer de volta a fertilidade não é colocar agrotóxico e fertilizante suficiente pra criar um pé de soja, não, a terra vai morrer e tá morrendo já em vários lugares estão desertificando a maneira que você faz isso é trazendo de volta aquela terra pra funcionar da forma que a natureza quer que funcione, trazendo animais, que como o Dr Souto falou, tem predadores, ou ficam rotacionando no pasto e acabam crescendo e a terra começa a ficar rica de novo, e isso já está acontecendo em algumas pequenas fazendas do EUA…

Dr. Souto: E aí, inclusive Rodrigo, você passa a ter uma terra na qual você pode produzir coisas novamente, quer dizer, plantar novamente, então mais uma vez, não é novidade a gente sabe, isso é ecologia, qualquer fazendeiro sabe, você faz uma lavoura, depois você larga os animais ali, eles comem aquele resto que sobrou que não é comestível pra nós, aí eles fertilizam aquele campo e depois você pega, ara e planta de novo… Então você precisa das duas coisas, você precisa plantar e você precisa dos animais. Se você vai fazer na Amazônia isso ou não, é uma questão de política governamental, não é o fato de você comer ou não carne que vai determinar se a produção agropecuária será na Amazônia ou fora dela. Então, se você tá preocupado com a Amazônia, você vota em políticos que estejam preocupados com a Amazônia, agora você comer carne ou não, não tem nada a ver com isso. É importante que você faça só esse raciocínio: se você não comer carne você vai viver de luz? Não. Você vai ter que comer outra coisa. Essa outra coisa também não vai entrar no mesmo dilema de ser plantada na Amazônia ou fora dela? Deixa eu lembrar os nossos ouvintes de uma coisa que aconteceu há poucos anos atrás, quando a imprensa denunciou, e esse é o tipo de denúncia que eu acho legal, que eu acho que tem que ser feita, que a Apple tava utilizando trabalho semi-escravo lá na China pra produzir seus componentes que eram depois vendidos caríssimos em mercados da Europa e do EUA. E as pessoas então resolveram dizer “olha, nós vamos fazer um boicote a esses produtos” e a Apple rapidamente fez toda uma campanha de marketing pra mostrar que não, que eles não estavam mais utilizando, que eles tinham certificação, que eles tavam usando apenas fabricas que tinham boas práticas, etc… ou seja, coisas podem mudar no mundo real com o tipo de campanha bem feito, então se você quer que a carne que você tá consumindo não tenha nada que ver com a Amazônia, você exija então que os grandes produtores mostrem selos e comprovem que a coisa tá sendo feita de forma ambientalmente correta. Você não passa a usar ábaco pra fazer as contas e diz assim “não usarei mais nenhum produto de informática”, “não usarei mais nenhum celular”, porque afinal existem trabalhos semi-escravos pra fazer aquilo ali, você exige que o fabricante do qual você compra tenha boas práticas, então você não deixa de comer carne porque alguém cria o gado no lugar que você não quer, você passa a comer a carne de quem cria o gado da forma correta onde deveria ser. É assim que a gente faz.

Rodrigo Polesso: Perfeito!

Dr. Souto: Então… eu me perco nas palavras aqui pela indignação.

Rodrigo Polesso: Com certeza! A gente sempre fala: patrocine o que quer ver mais no mundo. Patrocine com seu real, compre o bife do açougue que você conhece que criam a carne de forma idônea e tudo mais… Patrocine com seu real o que você quer mais ver no mundo. Bom, esse é o assunto, vamos ver no que vai dar essa questão do Greenpeace aí… Vou contar pra vocês aqui sobre a questão do fígado gordo, esse estudo aqui é bem interessante na verdade, sobre doença do fígado gordo não alcoólico, que é uma coisa raríssima, que não existia muito antigamente na verdade, todo mundo tinha fígado gordo por causa de bebida, hoje em dia tem gente ficando com fígado gordo por causa do que? Estilo de vida, alimentação e etc… Bom, então um estudo de 2015 aqui, conduzido na Polônia, que demonstrou como é possível se reverter essa condição rapidamente apenas com intervenção dietética. Eles analisaram 24 pessoas, sendo que 12 delas tinham o primeiro estagio da doença de fígado gordo não alcoólica e 12 tinham o estagio 2 dessa doença. Eles usaram como marcador da doença os metabólicos gerados pelas gorduras poliinsaturadas no corpo humano. Eles usaram o acido linoleico, que é um dos PUFAS aí,  e o araquidônico também, como exemplo de PUFAS, óleos vegetais que tem bastante esses PUFAS, gorduras poliinsaturadas, e esses metabólicos são marcadores de oxidação desses lipídios, em todos os hábitos os marcadores são reconhecidos como marcadores de oxidação e tudo mais no corpo dos lipídios, pra ver como as pessoas melhoravam ou não e também monitoravam, claro, a função hepática nas pessoas. E todos os pacientes passaram por uma intervenção alimentar de 6 meses com calorias ajustadas de acordo com a necessidade calórica de cada pessoa. Então algumas pessoas perderam um pouquinho de peso, mas o objetivo não era a perda de peso, ok?! E olha só, a intervenção dietética deles aqui foi a seguinte: a dieta foi de 50 a 65% carboidratos, 1grama de proteína por quilo de peso corpóreo, 20 a 35% das calorias foram de gorduras, em termos de alimentos da dieta, ela foi constituída basicamente de alimentos de verdade. Então, a mudança qualitativa foi maior do que a mudança quantitativa em relação aos macronutrientes. Então eles comeram bastante peixes, de vários tipos, laticínios, como manteiga, creme, leite, legumes e verduras, frutas, o açúcar foi reduzido para 10% da taxa metabólica basal somente das pessoas e óleos vegetais foram retirados. As gorduras vieram basicamente de peixes gordurosos, como salmão, sardinha e outros peixes assim… Então, basicamente o que aconteceu com essa mudança de dieta durante 6 meses foi o seguinte: quantas pessoas melhoraram? 100% dos pacientes, 100% das pessoas resolveu completamente a esteatose hepática ou fígado gordo, 100% das pessoas resolveram o fígado gordo delas. Não só isso, mas a insulina no sangue caiu aproximadamente 40% nessas pessoas, o rol maior, que é uma medida de resistência à insulina, caiu também quase pela metade, isso na média de todas as pessoas, sem contar que o HDL aumentou também nessas pessoas, é uma coisa boa, a gente sabe, e todos os marcadores de função renal melhoraram. Tudo isso melhorou. A conclusão é a seguinte, na minha opinião também, e corrobora uma grande teoria que eu tenho há um bom tempo já: a coisa mais venenosa e problemática que nós estamos ingerindo hoje na nossa dieta são gorduras, o excesso de gorduras poliinsaturadas na forma de óleos vegetais. E esse estudo veio mostrar justamente isso, que as pessoas com fígado gordo retiraram isso da dieta e mesmo assim mantiveram uma dieta, em termos de macronutrientes parecida com a dieta moderna né, com alto consumo de carboidratos, proteína média, e gordura um pouco mais baixa, 20 a 35%, com alimentos de verdade, alimentos não processados e retiraram esse veneno dos óleos vegetais e 100% das pessoas resolveu a esteatose hepática. Então Dr Souto, eu acho que não é novidade pra ninguém aqui que óleos vegetais são a grande toxina e estão em todos os lugares, se você vai num restaurante você vai comer óleo vegetal, em casa óleo vegetal, produtos processados, molho de tomate você vê na maioria deles tem óleo vegetal dentro, óleo vegetal é uma coisa que não existe na natureza dessa forma, nessa quantidade, de forma oxidada como a gente consome hoje em dia, e esse é um estudo bacana, mostrando que talvez só removendo este problema a gente pode dar uma folga pro nosso fígado e retomar a saúde, até a resistência a insulina, e tudo mais… Agora imagina você fazer isso, e ainda assim ajustar a questão dos macronutrientes, que a gente viu aqui, se eles tivessem feito uma lowcarb com qualidade nos alimentos, removido óleos vegetais, eu tenho certeza que os resultados seriam ainda mais explosivos nesse caso aqui, mas é bem interessante a gente ver mais essa evidência.

Dr. Souto: Incrível, né?! Eu me lembro que eu já li mais de um estudo em roedores que mostrou um fenômeno fascinante, um fenômeno é o seguinte: digamos que você queira induzir esteatose alcoólica, ok, vão dar álcool misturado na água pros roedores, você só consegue fazer isso se  você tiver uma quantidade de óleos poliinsaturados na alimentação deles, se você utilizar a gordura saturada na alimentação deles você dá álcool e ou eles não desenvolvem esteatose ou eles desenvolvem muito menos esteatose. Então qual é a conclusão? Claro que o excesso de álcool vai gerar radicais livres e estresse oxidativo no fígado, mas estes radicais livres e estresse oxidativo se tornam muito piores e muito mais tóxicos se você tiver lá esse substrato problemático que são esses óleos poliinsaturados que são, na nossa alimentação basicamente, oriundos em grande quantidade dos óleos vegetais. Seria como, pra fazer uma analogia, imagina que o estresse oxidativo seja faíscas, mas imagina que o óleo vegetal é a palha seca, então, não basta ter faísca pra gerar o fogo, eu preciso ter aquele substrato que é afetado pela faísca, então repetindo: nesses estudos em roedores a gente viu o que? Que a gordura saturada, saturada que parece que a gente tá falando o nome do demônio né, a gordura saturada protege contra esteatose alcoólica, quem diria né? Então, acontece que o álcool obviamente não é a única cause de estresse oxidativo no fígado, a gente sabe que o consumo de açúcar, o excesso de frutose, portanto, que é o componente que tá em 50% do açúcar é talvez hoje numericamente a maior causa de esteatose que nós temos, mas concordo plenamente Rodrigo, essa mistura que é típica da alimentação ocidental padrão, do açúcar e do carboidrato refinado, com o óleo vegetal refinado, essa mistura é juntar a faísca com a palha.

Rodrigo Polesso: Sim. E levando em consideração o que você falou, então basicamente você tá recomendando que se a pessoa for encher a cara é que ela coma pelo menos um bife de picanha, é isso?

Dr. Souto: Exato! Qual é a pior combinação em encher a cara com batata frita? Porque você tá botando óleos poliinsaturados, já meio oxidados, daquele troço que foi frito varias vezes no mesmo óleo, e aí você pega e toca álcool, quer dizer assim: porque não chuta o fígado logo?

Rodrigo Polesso: É! Pois é, então o gaúcho sempre esteve certo né?! Carne com sal ali no fogo e a cerveja do lado, bom, dos males o menor, pelo menos a gente fornece a nutrição pra o corpo lidar com aquele estresse oxidativo do álcool depois, pior é quando a pessoa não tem nutrição e ainda assim coloca esse fardo oxidativo no corpo e a gente vê o que a gente tá vendo hoje, não precisa ser nenhum gênio pra saber que o que a população tá fazendo não tá funcionando, é só olhar qualquer gráfico de saúde, o declínio de saúde, obesidade e etc, pra entender que a gente tá indo ladeira abaixo…

Dr. Souto: E a gente já falou várias vezes aqui Rodrigo, mas não custa, vai que alguém tá caindo de paraquedas aqui e ouvindo esse podcast pela primeira vez… que óleos vegetais em grande quantidade é uma coisa nova e sem precedentes na dieta do ser humano e talvez seja, em termos de volume, de quantidade absoluta, o elemento singular que é mais novo e já mais testado que nós temos, porque você pode dizer assim “nossa, mas muita coisa no século XX entrou, conservantes, corantes, aromatizantes artificiais que não existiam…” Tá bem, mas são quantidades minúsculas dessas coisas. Agora, existe uma estatística que em torno de 20 a 30% das calorias que boa parte das pessoas consome por dia são óleos vegetais, são coisas que até a virada do século 19 para o século 20 não faziam parte da experiência humana nesse planeta.

Rodrigo Polesso: É. Exatamente.

Dr. Souto: É incrível isso!   

Rodrigo Polesso: É de se pensar pessoal!

Dr. Souto: E a coisa entrou na cadeia alimentar humana numa época em que não existia esse tipo de pensamento critico, em que o nutricionismo tava mandando ver, era aquela coisa assim “olha, a gente precisa gordura, proteína e carboidrato. Bom, tá bem, gordura do óleo vegetal não é gordura igual?” Era esse nível do pensamento. Então hoje, 2020, se você quisesse introduzir uma coisa nova que jamais esteve presente na dieta humana, mas você teria que passar por uma serie de testes em animais, in vitro, in vivo, depois pegar voluntários sadios e testar diferentes doses e tal… Também pra quem não se lembra dessa historia, vocês podem dar uma olhadinha, buscar no google, vocês vão ver que é verdade, a primeira margarina que entrou no mercado chamava Crisco, ela é uma marca que existe até hoje no EUA, ela é assim como a nossa Doriana aqui no Brasil, foi uma das primeiras marcas, uma marca famosa, e Crisco significa, é um acrônimo de crystallized cotton oil, óleo de algodão cristalizado. Olha que lindo. E a historia é porque se utilizava esse óleo que sobrava da indústria têxtil, então muito algodão era plantado pra fazer roupa e a semente de algodão, ia fazer o que com ela? Bom, produzia óleo, esse óleo ia pra que? Pra lubrificação de maquinas. Mas havia uma sobra desse óleo e aí tiveram a ideia “ah, quem sabe a gente não usa isso pra alimentar pessoas?”. Só faltava o que? Uma forma de tornar aquilo parecido com as gorduras que as pessoas já tavam acostumadas, porque por incrível que pareça em 1910 por aí, as pessoas consideravam que gordura pra cozinhar era ou banha ou manteiga, era isso, era o que o ser humano sempre usou, ninguém estaria preparado pra usar uma coisa liquida, parecia um óleo de automóvel, mas aí eles conseguiram desenvolver esse método da hidrogenação parcial que tornou aquela gordura pastosa e a gordura pastosa lembrava a textura da manteiga e o resto é historia e aí a gente passou a comer isso e a campanha de marketing, o mesmo nível de marketing e desinformação que a gente abriu o programa falando sobre o Greenpeace, fez com que passados algumas décadas as pessoas achem que margarina é saudável e manteiga faz mal…

Rodrigo Polesso: É incrível, é incrível! Exatamente! Bom, quando você se livra disso, você tem essa informação que a gente tá passando aqui, você pode aplicar isso e ver coisas muito estranhas acontecendo no espelho, a Viviane Pailo mandou pra gente aqui, ela falou: “Eu entrei no programa Código Emagrecer De Vez em 31/10/2019, pesando 78kg, em março atingi meu primeiro objetivo pesando 68kg, hoje pesando 67kg. Estou feliz vivendo a melhor versão de mim e espero poder motivar todos a seguirem firmes e fortes porque vale muito a pena.” Então, parabéns Viviane Pailo pela transformação e por mandar também pra gente aqui o teu antes e depois sensacional! Com certeza sempre motiva o pessoal por aí! Você pode seguir o caminho você mesmo, aplicando tudo o que a gente fala aqui, tem conhecimento de sobra, e se você quer o passo a passo estruturado eu sempre ofereço o programa codigoemagrecerdevez.com.br que facilita pra você, pode seguir lá, é testado e aprovado por dezenas de milhares de pessoas. Maravilha! No mais sigam a gente também nas mídias sociais, Rodrigo Polesso no instagram, Dr Souto no Telegram e em todo lugar, no instagram também. Mas antes de a gente fechar o podcast a gente sempre lembra… ah claro, triboforte.com.br pra quem quer mais de 600 receitas e todas as palestras dos nossos eventos pra você se tornar um super herói da saúde, aprender tudo que importa pra transformar sua vida, triboforte.com.br . Antes de fechar o podcast então, como é tradicional já há 246 podcasts, Dr Souto o que você vai degustar aí na sua próxima refeição?

Dr. Souto: Então Rodrigo, ainda não tenho certeza, porque eu pretendo sair pra almoçar. Eu tô numa fase meio “pexívora”, então tô com vontade de comer um peixe, agora exatamente o que será se será um salmão, se será um peixe branco, não sei… Mas agora já tô pensando que talvez o melhor seja um tofu, porque eu não quero matar os bichinhos da Amazônia né…

Rodrigo Polesso: É, a questão do monstro da onça lá, acho que a melhor saída é você ser a onça né.

Dr. Souto: É, é como diz o texto: “Troque a sua carne por feijão ou por agrião”. Que claro, com certeza vão dar toda a nutrição que eu preciso. E afinal, essas coisas não precisam de terra pra ser plantada, só o que destrói e ocupa a terra é o gado, porque as plantas elas crescem nas asas dos anjos…

Rodrigo Polesso: Criação espontânea. Elas surgem.

Dr. Souto: Exato. Elas não precisam de solo pra ser produzidas…

Rodrigo Polesso: Exato. E nem de irrigação né.

Dr. Souto: Sim, muito menos…

Rodrigo Polesso: Muito menos de agrotóxicos e tal…

Dr. Souto: É porque se fosse ainda no sistema que a gente falou, com o gado e tal… bom, o gado fertiliza a terra, mas como o gado é mau e onde existe gado, eu vou destruir a Amazônia necessariamente, então talvez eu precise usar petróleo de dinossauros mortos, enfim, pra fertilizar a monocultura, porque isso é o que a ecologia requer.  

Rodrigo Polesso: É fogo mesmo! Eu vou comer um camarãozinho hoje aqui também, talvez com ovos ou fígado de bacalhau, não sei, vou ver ainda aqui… enfim, garanta sua nutrição primeiro, depois você complementa com o que você quiser, a gente fala: Garanta! Vai encher a cara? Pelo menos come a sua picanha lá, pelo menos garanta a nutrição primeiro pra o corpo ter como lidar com qualquer outra ofensa que você acabe colocando pra ele, né?!  Enfim pessoal, é isso! Obrigado pela atenção de todo mundo! Passe essa palavra pra frente, passe o podcast pra frente, é gratuito aí, pra ajudar as pessoas e a gente se fala no próximo podcast! Valeu Dr Souto, até mais!

Dr. Souto: Valeu! Abraço! Até a próxima!

Fonte: https://emagrecerdevez.com
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