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Neste episódio, focamos em vários aspectos sobre esse tema tão polêmico: Glúten!

O que faz sentido e o posicionamento oficial da Associação Brasileira de Nutrologia sobre isso.

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🙂

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Caso de Sucesso do Edward

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Referências

Posicionamento Oficial da Associação Brasileira de Nutrologia Sobre a Utilização de Dietas Isentas de Glúten Para Fins de Emagrecimento

 

Testemunho da Comunidade

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Transcrição do Episódio

Rodrigo Polesso: Olá, bom dia ou boa tarde para você. Bem-vindo a mais episódio do já legendário e tradicional podcast da Tribo Forte onde nós falamos para você na lata as verdades científicas sobre ciência nutricional e estilo de vida saudável para te ajudar a viver a melhor vida que você pode viver. Eu sou o Rodrigo Polesso e estou aqui com o Dr. Souto hoje. A gente vai falar, principalmente, sobre os seguintes temas hoje. O poder da alimentação em melhorar a saúde geral e até reverter quadros sérios de doença. Glúten, glúten. Vamos discutir o posicionamento oficial, categórico da ABRAN, que é a Associação Brasileira de Nutrologia, sobre isso. E também falar mais sobre nossa opinião geral sobre o consumo de glúten. Dr. Souto, preparado? Tudo certo por aí?

Dr. Souto: Preparado. Tudo bom? Boa tarde.

Rodrigo Polesso: Maravilha. Vamos lá. Vamos começar direto com essa questão do glúten. Título da matéria: “Posição oficial da Associação Brasileira de Nutrologia sobre a utilização de dietas isentas de glúten para fins de emagrecimento.” Eles postaram esse posicionamento no site oficial deles da ABRAN. O que mais me faz tremer na cadeira é a primeira frase do artigo, que é a seguinte.  “Cereais são parte fundamental da alimentação do ser humano, sendo fonte importante de energia, proteínas, lipídeos, vitaminas, minerais e fibras.”

Dr. Souto: Por sorte, Rodrigo… Por sorte, tinha o Maná… Sabe aquele da bíblia?

Rodrigo Polesso: O Maná?

Dr. Souto: É. Porque até que o ser humano descobrisse a agricultura, como é essencial para o ser humano… Os cereais… Eu acho que o Maná era feito de trigo e caía do céu durante o paleolítico.

Rodrigo Polesso: É exatamente isso que escrevi aqui. Os cereais só começaram… Pelo o que a gente vê na ciência, a fazer parte mais frequentemente… Ou de fato… Da dieta humana por volta de 10 mil anos atrás com o advento da agricultura. A espécie humana tem por volta de 2 milhões de anos, pelo o que a gente sabe, de existência. Então, se cerais, como o Dr. Souto falou, são fundamentais, como pode o ser humano ter conseguido viver por todo 99,95% do tempo? Só com essa solução que você deu do Maná.

Dr. Souto: O Maná ou então foram os aliens…

Rodrigo Polesso: É outra alternativa viável.

Dr. Souto: É. Deve ter sido. Vou pular essa frase, porque ela é grotesca. Vamos adiante.

Rodrigo Polesso: Já começaram bem, isso que me deixa meio assim. O artigo não foi terrível em alguns pontos. OK. Mas você vai ver que está longe de estar bom. Outro ponto que eles mencionam… Que são fundamentais e são muito importantes como fonte importante de energia, proteínas, lipídeos, vitaminas, minerais e fibras. Aí beleza. Vamos ver quão nutritivos os cerais são por comparação. Mil calorias… Uma porção de mil calorias de frutas frescas e legumes… Eles têm de duas a sete vezes mais fibra do que tem na mesma porção de grãos integrais. Mil calorias numa porção de grãos integrais… De cerais, como eles falam… Contém quinze vezes menos cálcio… Três vezes menos magnésio… Doze vezes menos potássio… Seis vezes menos ferro e duas vezes menos cobre do que a mesma porção comparável de legumes frescos. E, para finalizar, mil calorias… Uma porção de mil calorias de legumes… Vegetais mistos… Contém dezenove vezes mais folato, que é vitamina B9. Cinco vezes mais vitamina B6. Seis vezes mais vitamina B2 e duas vezes mais vitamina B1 do que a mesma comparação de oito cereais misturados. Eu acho que está meio equivocada a afirmação deles.

Dr. Souto: Tem uma coisa que os cereais integrais têm muito, mas muito mais. Amido e antinutrientes. Então, assim, é complicado. Tudo bem, vamos dar um desconto. O cara não vai comer mil calorias de vegetais, mas não precisa. Eles são tão nutricionalmente mais densos que a pessoa obtém toda a nutrição que precisa comendo muito menos – e é justamente isso que a gente quer. A gente não precisa de um monte de calorias… Todo mundo gordo de doente. A gente precisa de nutrientes, alimentação saudável, dentro de pacotes o minimamente calórico possíveis. Ou seja, nós não precisamos de grãos que são bolotas de amido cercadas de uma quantidade fina de nutrientes e sim, nós precisamos de vegetais que são bolotas de nutrientes, quase sem amido.

Rodrigo Polesso: E outra… Legumes, vegetais, folhas… A gente pega no chão, pega com a mão, amassa e joga na boca. Faz isso com cereal para ver o que acontece. A natureza já preparou a gente para comer legumes e folhas. A natureza não preparou a gente para comer cerais como base da pirâmide alimentar.

Dr. Souto: É. A grande pergunta que não quer calar, Rodrigo, é: Quem é que disse que a gente tira glúten para emagrecer?

Rodrigo Polesso: Quem é que disse que a gente tira glúten para emagrecer? A gente? Está falando com o povo geral.

Dr. Souto: É. Porque assim… Nós… Eu, você, não dizemos que a gente tira o glúten para emagrecer.

Rodrigo Polesso: Não, não. É verdade.

Dr. Souto: Aliás, pessoal… Eu diria o seguinte… Esses dias a gente estava brincando. Se carne tivesse glúten, uma dieta sem glúten iria engordar.

Rodrigo Polesso: É. Acho que o pessoal tem que dar um tempinho para pensar nisso. Fala de novo, Dr. Souto… Uma inversão de paradigma grande.

Dr. Souto: Veja bem. Por que quando a gente tira o glúten a pessoa perde peso? Não tem nada a ver com glúten. É porque ela está tirando trigo, cevada, centeio, que são grandes fontes de amido. Então, se o sujeito tem obesidade, síndrome metabólica ou, pior ainda, diabetes… Retirar, diminuir uma quantidade de carboidratos faz com que o sujeito fique com a insulina baixa, comece a queimar a própria gordura, diminua a fome… E a pessoa acaba comendo menos, perdendo peso. Mas isso não é por causa do glúten. Casualmente o glúten está presente em alimentos que são nutricionalmente pobres e são bombas de amido, que são os grãos. Agora, se carne tivesse glúten e eu fizesse uma dieta sem glúten… Eu ia tirar a carne e comer mais grãos… Eu iria engordar. É que casualmente o glúten está presente em coisas que talvez você já não devesse comer de qualquer forma.

Rodrigo Polesso: É. Exato. O próprio artigo… Mais um trecho que quero ler aqui do artigo, que é basicamente a finalização e conclusão do texto. Eles falam. “A eliminação pura e simples do glúten pode levar a prejuízos à saúde.” Isso é outra coisa que me dá um dor no rim. É uma afirmação. É uma afirmação. “A eliminação pura e simples do glúten pode levar a prejuízos à saúde.” Como assim? A gente depende… O glúten é um nutriente essencial ao corpo? Eu não sabia.

Dr. Souto: É essencial? Então ele devia chover… Mais uma vez, é o Maná… Sustentou o ser humano por 200 mil anos até que ele conseguisse descobrir como produzir o próprio glúten. Até então, tinha que vir do céu.

Rodrigo Polesso: Pois é, pois é.

Dr. Souto: Brincadeira à parte… O argumento é doido, então tem que prestar atenção para entender ele. Não é um argumento racional. É um argumento estranho.

Rodrigo Polesso: A gente tem que ridicularizar por causa disso. É ridículo esse tipo de afirmação. Não tem outra maneira de…

Dr. Souto: Então, assim… O argumento é mais ou menos seguinte. É impossível uma culinária que não tenha massa e pão. Essa é a premissa. Eu preciso de massa e eu preciso de pão. Caso contrário, a pessoa perde a sua humanidade. Talvez a sua dignidade, sei lá. Então, se eu entender essa premissa como verdadeira, digo assim… Bom, no momento em que eu tiro o glúten, vou ter que comer massa feita de arroz, que realmente é menos nutritiva. Ou eu vou ter que comer um pão também feito de arroz. E que aí talvez vai perder os nutrientes do pão integral. Mas vocês entendem que o argumento está falho no início? Por que quem disse que eu preciso comer macarrão? Segundo, quem disse que o macarrão não pode ser de algo que não seja arroz ou trigo? Por que não posso fazer um macarrão de abobrinha? Por que a gente não pode… Entendeu? Viver sem… E o pão? Tem um monte de receita de pão low carb, que não é feito nem com arroz, nem batata, nem com nada disso. Pelo contrário, é feito com coisas muito mais nutritivas, como linhaça, como psyllium, como farinha de coco. Na realidade, o que falta ali é criatividade. Agora, sim… Eu concordo… Se nós pegarmos e tratarmos a dieta sem glúten como uma moda, onde o sem glúten é um objetivo em si… Sim, a pessoa pode trocar lixo por lixo. Ou lixo pior ainda. Agora, o problema é o seguinte. Esse tipo de artigo, como ele não dá essa explicação que demos agora, ele acaba colocando no mesmo gato você que está nos ouvindo e que está comendo uma alimentação que é pobre em glúten não porque você está na moda da dieta sem glúten, mas porque você se deu conta que se entupir de trigo não é uma boa, porque trigo é basicamente amido – e amido é basicamente glicose. Você pode colocar um combustível melhor no seu corpo.

Rodrigo Polesso: Perfeito.

Dr. Souto: Dito isso, Rodrigo, eu tenho sim alguns benefícios para citar de uma dieta sem glúten.

Rodrigo Polesso: Sim. Diga. Pode dizer.

Dr. Souto: Olha só… Sim, eu sei que o pessoal disse que o único benefício de tirar o glúten é para quem é celíaco. Mas todo mundo que lida com pacientes que já fizeram a experiência de fazer uma dieta pobre em glúten, mas não cheia de lixo… Uma dieta pobre em glúten onde o glúten é substituído por frutas, vegetais, carnes, peixes, ovos, saladas… Essas pessoas muitas vezes melhoram de uma série de patologias inflamatórias… Melhoram de condições intestinais que não têm nada a ver com doença celíaca… Melhoram de cólon irritável, melhoram de doenças inflamatórias intestinais, como Crohn ou colite ulcerativa. E muitas vezes melhoram de outras coisas que não estão na literatura médica, mas a gente vê. Melhoram a sua artrite, melhoram a sua psoríase, melhoram sua alergia, sua rinite. Existe um negócio chamado leaky gut (intestino permeável)… Quem quiser, pesquise (leaky gut). Quem quiser pesquisar em literatura peer-reviewed, que sugiro colocar leaky (escreve L-E-A-K-Y G-U-T). Intestino permeável. “Leaky gut Alessio Fasano”. É uma das pessoas que mais pesquisa doença celíaca. É o sujeito que identificou que o leaky gut está sim relacionado a uma série de doenças inflamatórias… A uma série de patologias inflamatórias e autoimunes. Isso já está na literatura peer-reviewed. Isso não é loucura alternativa. Isso não é… Entendeu? Está publicado. Então, sim. A pessoa faz uma dieta low carb porque quer perder peso, porque tem síndrome metabólica, porque tem diabetes. Mas pode ter benefícios outros dessa natureza que estamos falando… Coisas inflamatórias… Ao retirar o glúten. Então, eu diria o seguinte. A gente não retira o glúten para emagrecer. Para emagrecer a gente para de comer alimentos que são nutricionalmente pobres, como é o caso dos grãos e, ao fazer isso, ganha de brinde os benefícios da retirada do glúten.

Rodrigo Polesso: Exatamente. Perfeito.

Dr. Souto: Senão seria assim… Vou trocar o glúten pela massa de arroz… Pelo biscoito recheado, mas sem glúten. A saúde não vai melhorar nada. Talvez até piore mesmo. Então, em vez de combater uma dieta… Por que eles não fazem assim? “Fazer simplesmente uma dieta sem glúten não é a melhor alternativa.” Aí coloca no subtítulo: “Se a redução do glúten na dieta vier acompanhada da substituição desses alimentos por outros nutricionalmente mais densos, você estará num bom caminho.” Poderiam ter feito o artigo assim.

Rodrigo Polesso: Poderiam, com certeza. Mas olha só. Eles foram bem categóricos. Não sei porque eles gostam de ser categóricos, na verdade. É sempre um erro quando generaliza. Mas deixe eu ler novamente essa última parte. “A eliminação pura e simples do glúten pode levar a prejuízo à saúde. E, nesse caso em particular, a ausência de estudos comprovando a eficácia dessa prática contraindica seu uso.” Como que a ausência de alguma coisa contraindica alguma outra coisa?

Dr. Souto: É. O grande Carl Sagan costumava sempre dizer: “A ausência de evidência não é evidência de ausência.”

Rodrigo Polesso: É, exatamente.

Dr. Souto: Veja bem… Não tem nenhum sentido. Eu repito. O foco está completamente trocado. Nós aqui na Tribo Forte promovemos um tipo de alimentação onde não estamos focando tanto naquilo que vai sair. Nós estamos focando naquilo que nós queremos colocar no lugar. Sim, o ser humano só tem uma certa capacidade de encher seu estômago. Se ele colocar determinada coisas, não vai sobrar espaço para outras. Então, o que a gente quer? Tirar carboidratos refinados. Tirar farináceos. Tirar açúcar. E substituí-los por alimentos nutricionalmente densos que não joguem a sua insulina no espaço. Em fazendo isso, subsidiariamente, você estará sim retirando o glúten da dieta. E muitas pessoas que fazem isso… Não vou dizer todas, Rodrigo, mas muitas pessoas que fazem isso percebem uma série de benefícios que não se explicam apenas pela perda de peso.

Rodrigo Polesso: Com certeza.

Dr. Souto: Bom, se essas pessoas se sentem bem assim e se sua dieta de qualquer forma está nutricionalmente melhor agora, qual é o problema de elas evitarem o glúten na dieta? Qual é o problema? Eu quero entender qual é o problema. Então, não, ela não é uma dieta… Se eu simplesmente falar “dieta sem glúten”, sim, estou me referindo a dietas que podem ser pobres nutricionalmente, inclusive caras. A massa sem glúten custa mais caro do que a massa comum. Sim, mas não comprar massa nenhuma é mais barato.

Rodrigo Polesso: É, é isso aí. Deixe eu ler a conclusão. Eles não ponderaram… Não ponderaram nem perto do que estamos fazendo aqui… Passando a informação completa para o pessoal. Eles concluíram o seguinte. Se você for lá e ler só a conclusão desse artigo… “Sendo assim, a Associação Brasileira de Nutrologia posiciona-se contrária a utilização de dietas isentas de glúten para fins de emagrecimento e orienta que a exclusão do glúten da alimentação seja realizada somente para pacientes com enfermidades que justifiquem essa prática como forma de tratamento.” São bastante categóricos.

Dr. Souto: Estavam indo bem e deu problema no fim. Eu acho que realmente tem que ser categórico em dizer que dieta sem glúten para fins de emagrecimento não é uma boa. Porque eu posso engordar… Não adiante sem glúten, repito.

Rodrigo Polesso: O ponto não é o glúten.

Dr. Souto: O ponto não é o glúten. Agora, o que que acontece? Daqui a pouco alguém vai pegar isso aí e vai querer fazer uma punição disciplinar para um profissional que prescreva uma deita pobre em glúten para alguém que não tem doença celíaca, mas que tem doença inflamatória intestinal. Para alguém que não tem doença celíaca, mas é diabético e tem psoríase… Aí essa pessoa vai poder melhorar o diabete ao tirar… Porque tudo que tem glúten tem toneladas de amido junto. Relembrando, o que tem glúten? Farinha de trigo, farinha de cevada e farinha de centeio. Tudo cheio de amido. Então, já que tenho que tirar o amido, vou estar tirando o glúten também… Por que vou condenar a pessoa que está tratando o paciente com este tipo de intervenção? Então, virou uma espécie de caça às bruxas… À dieta sem glúten. Sim, eles estão corretos. A gente não nega no sentido de que dieta sem glúten para fins de emagrecimento não é correto. Por quê? Porque a pessoa pode substituir o glúten por lixo sem glúten. Agora, se for uma dieta sem lixo, ela também acabará sendo uma dieta sem ou muito pobre em glúten.

Rodrigo Polesso: É, exatamente. O problema não são os “glúteos”. Toda vez eu racho… Vejo muita gente escrevendo dieta sem glúteos.

Dr. Souto: Uma dieta sem glúteos a gente também não recomenda.

Rodrigo Polesso: Também não. Olha só, pessoal. Tenho um caso de sucesso bacana para contar para vocês aqui, como de costume. É do nosso amigo Eduard. Ele fala: “Hoje posso dizer que com 50 aninhos de idade estou na minha melhor condição física.” Isso é priceless. Ele eliminou 14 quilos seguindo o Emagrecer de Vez e a Tribo Forte ao mesmo tempo. O mais incrível é a grande melhora na qualidade de vida. Ele disse que usava muitos remédios, porém, com o tempo, o médico dele concordou que ele não precisava mais disso. Acho espetacular isso aí. Inclusive, falei esses dias no Instagram que foi aniversário da minha mãe recentemente. Ela está hoje com 63. Um quilo a menos… Pesa um quilo a menos do que quando ela casou com 24, acho que foi. Isso eu acho espetacular. Esse tipo de vida que a gente quer passar para as pessoas. Idade não significa viver com má qualidade de vida, acima do peso e doente. Não. Não, não. Existe a verdade por trás de tudo isso. Dr. Souto… Antes da gente… Tem uma pergunta da comunidade aqui… Um pouco grande, mas vou ler. Acho que vou dar um take mais rápido, talvez mais geral para tentar ajudar essa pessoa. Vamos lá. Não tem nada a ver com glúteos… Aqui é outro assunto. A pergunta do nosso amigo Alexandre Freitas Vaz é a seguinte. “Bom dia Rodrigo e Dr. Souto. Estou muito contente com os podcasts. Rodrigo, já faz uns três anos que acompanho seus vídeos no YouTube. Te acompanho nas redes sociais e me cadastrei aqui para receber semanalmente os podcasts. De tanto escutar, resolvi me movimentar em relação ao low carb, e ajudar não somente a mim, mas principalmente ao meu pai. Ele sofre geneticamente com diabetes… E a dele estava todo dia dando de 280 a 300 insulina diária.” Estou lendo literalmente o que está escrito, se tiver algum erro… Ele fala insulina diária de 280 a 300. “Então fizemos um trato e um acordo. Eu falei para ele que conseguiria resolver esse problema, e cortando esse mal pela raiz. Então, ele duvidou e fizemos um acordo de nós dois estarmos firmes e focados nesse novo estilo de vida da low carb. Eu tenho trinta anos, meço 1,88 e tenho 175 quilos. Ele também está obeso. Portanto, faz-se necessário uma mudança de hábitos alimentares. Estamos finalizando a primeira semana e, acredite…” A primeira semana, pessoal. “A diabetes do meu pai de 280 caiu para 95. Imagina a nossa felicidade. Estamos muito contentes e estamos mais desinchados. Não iremos abrir mão desse conhecimento e aplicar para toda nossa vida. Muito obrigado a você, Rodrigo, e Dr. Souto, sem a ajuda de vocês seria muito difícil de abrir essa porta para o bem-estar e novo estilo de vida. Deus abençoe sempre e nunca desista desse projeto maravilhoso.” Bacana, Dr. Souto. Na verdade, não é nem uma pergunta, eu tinha esquecido. Não é uma pergunta. Era basicamente para falar de quão grande era a força da alimentação… A influência da alimentação… E quão bom o corpo é em se reestruturar num caso até grave de diabetes quando você para de colocar obstáculos na frente dele. Para realmente exemplificar o poder do corpo quando você modifica seu estilo de vida alimentar.

Dr. Souto: É, sensacional. Parabéns para ele. Esse é o tipo da competição boa, que é win-win. Todo mundo sai ganhando. O interessante é salientar para as pessoas, por exemplo… Muito comum a gente ouvir relatos de pacientes diabéticos que fazem cirurgia bariátrica e já na primeira semana ou na segunda… O diabetes entra em remissão. Vocês veem que não tem nada de mágico. O que acontece na bariátrica? Logo no início, o cara não consegue comer. Como ele não consegue comer, ele também não enche o estômago de carboidratos, porque ele não está conseguindo comer. Então, a pessoa em vez de cortar o estômago pode cortar os carboidratos e ter o benefício como este nosso ouvinte mostrou. Evidentemente, não é correta essa ideia de que todo o benefício é só por causa da perda de peso. Ele nem teve tempo de perder muito peso. Foi na primeira semana. Assim como no caso dos bariátricos, que melhoram o diabetes muito antes de terem uma perda significativa de peso. Então, é uma coisa meio evidente. Se a gente não enfiar um monte de glicose no sistema, uma doença caracterizada por intolerância à glicose, que é o diabetes, melhora. Parabéns para ele.

Rodrigo Polesso: Parabéns, com certeza. E para finalizar, temos uma pergunta mais geral. A gente já falou um monte de glúten. A pergunta é sobre glúten. Só para a gente fechar. Qual seria a sua opinião no geral… Vamos ter em mente… Ter em mente uma pessoa saudável, com seu peso saudável… Sobre o glúten. Sobre o consumo do glúten. Devemos nós evitar o glúten como diabo na cruz? Ou será que ele pode fazer parte do estilo de vida? Não sei. Queria ouvir a sua perspectiva a respeito disso. O que você acha? Qual é a sua opinião pessoal.

Dr. Souto: Olha, Rodrigo, eu acho o seguinte. Se a pessoa passa um tempo sem consumir… Depois consome, não sente diferença… A pessoa não sofre de nenhuma doença autoimune… Eu não vejo até que ponto seja um problema. Acredito que uma parcela significativa da população… É muito mais do que aquele 1% dos celíacos… Os estudos discutem… Se é 10%, se é 20%… Mas é uma parcela significativa da população… Vai ter intolerância não celíaca ao glúten. Não existe exame de sangue para isso. Basicamente, o diagnóstico é feito como se faz o diagnóstico de qualquer outra intolerância alimentar. Pela retirada daquilo que a gente pensa que pode estar causando a intolerância por um tempo suficiente para a pessoa perceber se melhorou ou não e a reintrodução para ver se a reintrodução traz os sintomas ou não. Então, assim… É possível a gente imaginar que toda a humanidade estivesse melhor sem glúten… Talvez. Mas não tem a evidência científica para isso. Por outro lado, existe, repito, um número muito grande de pessoas que sofre de determinadas coisas que nem imaginam que possa ter a ver com isso. Coisas como enxaqueca… É extremamente comum. Você pega a pessoa e a pessoa começa a adotar esse estilo de vida e a enxaqueca que o incomodava durante uma vida inteira simplesmente desaparece. Não é que melhora – desaparece, some. E aí você pode dizer assim: Quem sabe é por causa da retirada dos carboidratos. Não, pessoas que estão fazendo sem ser low carb. Então comendo frutas e raízes à vontade. E aí quando a pessoa pega e faz uma exceção, come uma pizza e tal… A enxaqueca volta. Então, pelo menos para essa pessoa seria burrice ficar comendo algo que lhe provoca dor. Tem gente que gosta. Mas, assim… Tirando isso… Acho que… Sim, se a pessoa é saudável, não tem nada, não sofre de nenhuma coisa, não tem nenhuma doença autoimune… Bom, acho que evitar completamente o glúten talvez não seja uma necessidade. A pessoa pode muito bem incluir o glúten dentro da sua regra do Código que coloca uma ou duas refeições livres. Se a pessoa naquela refeição livre quiser comer uma coisa com glúten e não se sentir mal com isso…

Rodrigo Polesso: Achei espetacular seu approach. Concordo plenamente. Acho que a melhor forma hoje de saber se o glúten está te afetando é você tirar da dieta por um período determinado. Inclusive, lembrei agora que você falou. Dentro da Tribo Forte eu fiz isso eu mesmo. Eu fiz trinta dias. Eu chamo de desafio eliminação. Trinta dias. Tirei um monte de coisa, inclusive o glúten 100% durante trinta dias. Fui gravando áudios durante esses trinta dias para guiar você, se você quer fazer também. Então, depois de trinta dias, você pode avaliar se você notou alguma melhora, algum benefício na sua dieta alimentar… Em algum sintoma que você está sentido e etc. Novamente, depois que você reintroduz alguma porção de glúten, você nota se você tem alguma reação ou não. Acredito que muita gente tenha sensibilidade a glúten ou talvez tenha problemas relacionados ao glúten. Não somente pelo glúten em si, mas por estarem com o intestino já maltratado… Com o sistema metabólico, com o organismo maltratado por causa de maus hábitos alimentares e de estilo de vida. A gente sabe que o glúten é uma proteína que não é das mais fáceis de ser digerida. Então, se seu organismo já está danificado, maltratado lá para baixo e você tem uma grande ingesta de glúten, acho que isso faz sentido que não reaja muito bem com seu organismo. Agora uma vez que você reestabelece a flora intestinal, a impermeabilidade do seu intestino e também sua saúde, sua boa forma, acho que nosso corpo sabe processar o glúten. O nosso corpo sabe digerir isso aí. Agora uma opinião categórica. Fontes de glúten não deveriam ser a base da alimentação de ninguém. Essa é minha opinião categórica. Basta olhar para os egípcios.

Dr. Souto: Felizmente, carne não tem glúten. Peixe não tem glúten. Que bom.

Rodrigo Polesso: É, exato.

Dr. Souto: Quando você já elimina coisas que já não devia estar comendo e ainda por cima, de lambuja, de brinde, elimina o glúten também. Mas eu já não devia estar comendo aquilo ali, por outros motivos.

Rodrigo Polesso: Exato. De novo. Assim como a gente come… Às vezes não dá para evitar um açúcar aqui e ali… Uma refeição na semana. Isso não vai te matar, a gente já sabe disso. Estilo de vida. Exceção não é a regra. Então, se você não tem problema… Fez esse desafio de eliminação, por exemplo… Viu que não reage contra… É minha opinião que não tem problema. Eu, pessoalmente, olha só… Que heresia. Eu adoro cervejas artesanais. Como sommelier mesmo. Eu gosto de apreciar. Gosto de apreciar tipos diferentes. Eu tendo a tomar cerveja toda semana. Eu já fiz esse desafio de trinta dias. Eu já fiz uma série de exames. Eu estou tranquilo. Para mim, não me afeta. Eu já fiz milhares de testes para ver isso aí. Não me afeta. O importante são os outros 99% das coisas que você faz. Agora, é claro, esse é o meu caso. Cada um com o seu. Mas não acho que a gente precisa criar um medo irracional de nenhum alimento específico. A gente tem que ver as coisas com contexto. Se as pessoas começam a ler Barria de Trigo e começam a acompanhar o trabalho do Tom O’Bryan e outras pessoas que focam no glúten… Eles fazem parecer que é basicamente a razão do apocalipse o glúten. E não é muito bem assim.

Dr. Souto: É. Eu concordo plenamente. Agora, eu acho que para aquelas pessoas que têm doenças inflamatórias e doenças autoimunes que perceberam melhora com a retirada… Bom, aí não faz nenhum sentido. Aí sempre tem alguém para dizer: “Vocês vão estar tirando todo um grupo de alimentos… Toda uma categoria de alimentos… Eliminando toda uma categoria.” São as mesmas pessoas que quando alguém resolve virar vegetariano, acha muito bonito. Mas o vegetariano também não está retirando toda uma categoria de alimentos? Aliás, muito maior e muito mais nutritiva. Então, é interessante como os julgamentos são distintos. Quando é retirar grãos, por exemplo, é um horror. Agora, se a pessoa resolve tirar todos os animais da dieta, aí é lindo do ponto de vista nutricional.

Rodrigo Polesso: É bom. É bom a gente ter perspectiva, pessoal. Não ficar com a visão de túnel, ver só o que a gente quer ver. Esse foi o objetivo desse podcast. Falar um pouco mais sobre glúten, esse foi nosso grande tópico aqui. A gente vai ficando por aqui. Eu espero que tenha sido útil. Por favor, passe a palavra adiante. Espalhe o podcast da Tribo Forte para a gente continuar crescendo e alcançando cada vez mais gente e ajudando cada vez mais gente a se proteger das balelas, das lorotas que a gente vê por aí, compartilhando um pouco de ciência com você e colocando sua responsabilidade e liberdade da sua saúde nas suas mãos. Ok, obrigado Dr. Souto pelo tempo. Obrigado todo mundo. Na semana que vem tem mais. Até lá.

Dr. Souto: Obrigado. Até mais. Tchau tchau.

Fonte: https://emagrecerdevez.com
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