Bem vindo(a) hoje a mais um episódio do podcast oficial da Tribo Forte!
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Neste Podcast:
- Diabetes tipo I – Resultados de melhoras nunca antes vistas são publicados!
- Diabetes tipo 2 – Resultados incríveis também publicados.
- E mais, jejum intermitente pode engordar? Hmmm
Tudo no podcast de hoje da Tribo Forte!
Escute este podcast e passe adiante para ajudar quem precisa!🙂
OBS: O podcast está disponível no iTunes, no Spotify e também no emagrecerdevez.com e triboforte.com.br
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🙂
Ouça o Episódio De Hoje:
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Casos de Sucesso do Dia
Referências
Artigo de David Ludwig
Estudo com 300 Diabéticos Tipo I Que Seguiram uma Dieta Baixa em Carboidratos Publicado em Maio no Jornal da Academia Americana de Pediatria
Diretrizes Oficiais da Associação Brasileira do Diabetes a Respeito do Tratamento de Diabetes Tipo I em Crianças
Novos Resultados do Estudo da Virta Health no Tratamento de Diabéticos Tipo 2 Através de uma Dieta Cetogênica
Transcrição do Episódio
Rodrigo Polesso: Olá, bem-vindo ao podcast número 114 da Tribo Forte, sua dose semanal de saúde, estilo de vida saudável, alimentação, emagrecimento… A verdade sobre emagrecimento… Sobre saúde, para te ajudar a viver o melhor estilo de vida que você pode viver. Ser o melhor que você pode ser, da melhor forma possível. Hoje o assunto que vai tomar foco aqui vai ser diabetes. Na verdade, a gente vai falar um pouco sobre diabetes tipo 1, diabetes tipo 2 também. Se você não é diabético, a gente como sempre acaba comentando coisas que são úteis de qualquer forma para você. Os mecanismos, na verdade, do corpo humano são os mesmos. Quanto mais você entende a respeito disso, mais você consegue se proteger também. E se você é diabético, conhece alguém que é diabético tipo 1 ou tipo 2, eu sugiro que você encaminhe esse podcast de hoje em especial, porque pode ajudar bastante essas pessoas… Dar uma esperança que a condição delas possa melhorar. No mais, um aviso antes de começar aqui. Se você quer vir presenciar o maior evento de estilo de vida saudável, alimentação, saúde, emagrecimento da América Latina, esse ano em setembro, em São Paulo, com 12 palestrantes… Muitos quitutes para você provar lá, fazer um networking no Tribo Forte Ao Vivo 2018. Se você não garantiu seu ingresso ainda, boa notícia, porque neste momento agora, por 72 horas apenas está valendo… Está à venda mais um lote de ingressos, a partir de hoje, terça-feira dia 15, somente até quinta-feira agora, à noite, dia 17… A venda de ingressos promocionais… Estão À venda. Estou abrindo só por algumas horas ao longo do tempo. Foram só 5 dias no total abertos até agora, e já estamos com 70% da sala lotada. Então, se você não garantiu ainda, eu sugiro fortemente que você faça isso agora. Já anota aí o site. É TriboForte.com.br/AoVivo. Somente pelas próximas 72 horas, valendo agora. Vai ser inacreditável. Você precisa estar lá esse ano. Maravilha. Dr. Souto, bem-vindo a este podcast. Tudo bem contigo?
Dr. Souto: Tubo bem, Rodrigo? Bom dia. Bom dia aos ouvintes.
Rodrigo Polesso: Bom dia a todo mundo. Vamos aquecer com um assunto diferente antes de partir para a questão do diabetes aqui. É uma pergunta da Rosilma Alves. Ela pergunta o seguinte. “Para mim, jejum intermitente não funciona. Pelo contrário, ganho mais peso. Eu como muito pouco. Fiz tudo certinho. Mas eu fiz e ganhei 3 quilos a mais.” O que eu respondi para ela, antes de darmos uma resposta mais caridosa, foi que é fisiologicamente impossível você ganhar peso não comendo, basicamente. Não tem mistério no universo. A gente sabe que a energia só se transforma. Ela não se cria do nada… Do éter. Então, se você faz jejum intermitente, é impossível que o jejum cause um ganho de peso. O que causa ganho de peso é provavelmente você está comendo quando você não está fazendo o bendito do jejum intermitente. Dr. Souto, eu sei que você tem uma alma caridosa. Você pode talvez ajudar essa pessoa com sua pitada de conhecimento.
Dr. Souto: Eu acho que sua resposta foi precisa. É evidente que… A porção… Por que jejum intermitente? Porque não é um jejum eterno. Jejum eterno levaria à morte. Mas com certeza é uma morte mais magra do que a pessoa começou. Não há dúvida. É isso que você falou. Conservação de energia. Então, se a pessoa não está colando energia para dentro e o corpo está gastando, é impossível que ela ganhe gordura no processo. Então, o intermitente significa que há momentos que a pessoa está fazendo jejum e há momentos que ela come. É o momento que ela come que está com algum problema. Que problema seria esse? Seria a qualidade da alimentação. Pode ser. Eu não sei se ela está seguindo a alimentação forte, se ela uma alimentação low carb ou se ela está tentando usar o jejum exclusivo como estratégia. Tipo comeu qualquer coisa nos outros momentos, mas fazer períodos de jejum. Às vezes não é a melhor alternativa. Mas o que a gente vê é o seguinte. Normalmente, uma pessoa que segue uma orientação low carb sente menos fome, mas tem esse qualificativo: normalmente. Como qualquer coisa na vida, não vai funcionar dessa forma para todo mundo. Tem pessoas que não têm essa famosa inibição do apetite, que é comum, mas não é universal. São aquelas pessoas que vão ter que cuidar um pouquinho… É o que em inglês chama mindful eating. Quer dizer, comer prestando atenção. Prestando atenção nas quantidades, nas porções. O que fica muito mais fácil numa alimentação que não provoca tanta fome assim. Então, para tentar deixar claro… Concordo 100% com você, Rodrigo. É evidente que não é porção jejum do processo que fez ela ganhar peso. É o momento que ela se alimenta. E, provavelmente, o que acontece é que ela é uma dessas pessoas cuja alimentação low carb forte em si, isoladamente, não está sendo suficiente para inibir o apetite. E que talvez ela vá precisar ajuda de um profissional alinhado com esse estilo de vida para ver onde ela está errando. Uma das formas de fazer isso, se a pessoa quiser já começar a fazer em cada, é simplesmente anotar. Anotar precisamente tudo o que come. Fazer um diário alimentar.
Rodrigo Polesso: É uma boa dica.
Dr. Souto: É, porque muitas vezes a memória nos trai. Não é só na comida. Se a gente, por exemplo, tentar lembrar quantas vezes e que quantidade cada vez eu fiz xixi ontem… É difícil se você não anotou. Normalmente a gente está indo ali fazer essa necessidade fisiológica pensando em outra coisa, respondendo WhatsApp… A pessoa não está prestando atenção. Então, assim… Será que você está urinando 1 litro por dia ou 2 litros por dia? Se a pessoa não anotar…
Rodrigo Polesso: Para facilitar minha vida, justamente por essa preocupação que você acabou de dizer, eu não consigo dormir sem saber quanto eu urinei. Então, eu faço xixi intermitente, uma vez por dia só. Para saber exatamente… É uma preocupação muito grande.
Dr. Souto: É só para dar uma analogia fora de comida para as pessoas se darem conta que a nossa memória nos trai com muita facilidade. Pode ser anotar num caderninho? Pode. Hoje tem tantos aplicativos… Tem aí o FatSecret, tem o MyFitnessPal… Que são os mais conhecidos. A pessoa pode anotar inclusive com quantidades. Faz isso por uns dias, e aí ele vai ver quantas calorias ela está consumindo, quantas gramas de carboidrato ela está consumindo… Daqui a pouco ela vai descobrir que é diferente daquilo que a memória traduz. Uma coisa é certa… A não ser que ela esteja fazendo fotossíntese, seja lá o que for está entrando pela boca.
Rodrigo Polesso: É verdade. Tem outro aplicativo que é muito bacana também… Inclusive… Acho que o Mercola patrocina, que é o Cronometer. Se você colocar no Google, você encontra ele também. Para o mesmo fim de você catalogar o que você come. Ele é bacana. Ele mostra os nutrientes, mostra um gráfico pizza para você saber exatamente. Outra coisa para fechar isso aí da Rosilma… É que, provavelmente, pelo jeito que ela escreveu, eu imagino que ela deve ser uma pessoa que viu sobre jejum intermitente e caiu no pecado capital do jejum intermitente… Na minha opinião, é o seguinte… Você começar a fazer isso, sem você olhar para sua alimentação antes. Acho que isso pode gerar uma ansiedade, pode fazer com que ela acabe comendo, de fato, mais coisas ruins, se ela já vem comendo. E pode perder até a noção disso, Dr. Souto, pelo fato de você não anotar… Você perde a noção de quanto comeu durante o dia. Você tem na sua mente “fiquei quatro horas sem comer”… É uma vitória… “Eu posso comer 4 a menos em vez de 2 a menos, por exemplo”. Acho que ela tentou colocar isso em prática, deve ter ficado animada por causa disso, só que ignorou que o primeiro passo é arrumar a alimentação justamente para facilitar a sua vida. Então, independente do caso dela… Estou tentando responder aqui para que todo mundo possa tirar proveito. Que a camisa sirva em cada um que estiver com essa dúvida. Ótimo. Bom… Notícia muito boa para o pessoal que tem diabetes tipo 1, principalmente. Se você tem diabetes, de novo, preste atenção, vai ser útil para você entender mais sobre o corpo… Enfim, um monte de coisa. Aspectos até não nutricionais de como esse mundo funciona. Vamos lá. A questão é, uma dieta bem baixa em carboidrato, mais do tipo cetogênica, pode proporcionar um controle incrível em pessoas com diabetes tipo. Esse é o título do artigo que o Dr. David Ludwig postou no site dele, que na verdade foi líder de um artigo que vamos comentar agora. É um estudo observacional publicado agora em maio no jornal da Academia Americana de Pediatria, que estudou um pouco mais de 300 diabéticos tipo 1, que resolveram seguir um estilo de vida de uma dieta bem baixa em carboidratos, tipo cetogênica, com menos de 30 gramas de carboidratos por dia. Esse grupo de pessoas faz parte de um grupo fechado no Facebook de pessoas com diabetes tipo 1 chamado “Type 1 Grit”, e se você é brasileiro com diabetes tipo 1, aguarde que tem notícia boa a respeito disso para você também. Esse pessoal segue o método sugerido no livro do Dr. Bernstein, o Diebetes Solution, que basicamente… Eles realmente tomar atitude nas mãos deles e seguir esse método. O que aconteceu? Apesar da enorme evidência que a gente coleciona hoje sobre os benefícios do low carb para diabéticos tipo 2, ela é bem mais escarça para diabetes tipo 1, que uma doença autoimune… Essa onde o pâncreas simplesmente não produz insulina suficiente. As pessoas precisam injetar insulina depois das refeições em uma quantidade proporcional aos níveis de glicose que essas refeições acabam colocando no sangue. Outra coisa é que… Segundo o Dr. David Ludwig, que é um médico endocrinologista americano e que foi o líder desse estudo, diabéticos tipo 1, apesar de muitos esforços acabam – no geral – acabam tendo números bastante elevados de hemoglobina glicada… Que é um medidor da sua glicemia média ao longo do tempo. Alta hemoglobina glicada está associada a um monte de problemas, como doença cardíaca, câncer, Alzheimer. Tipicamente, a média da hemoglobina glicada em diabetes tipo 1 é 8,2%. É bem alta. A média da hemoglobina glicada entre os participantes do estudo que seguem uma dieta bem baixa em carboidrato foi de – pasmem – 5,67%, o que é normal… Com alguns entrando na casa dos 4 ponto alguma coisa, que é tipo o que a Paty Ayres tem, que ela é totalmente cetogênica. Isso é absolutamente incrível e nunca foi visto antes em pacientes de diabetes tipo 1, só com uma intervenção alimentar nesse caso. Ou seja, esse estudo levanta a hipótese de que um controle excepcional da glicose no sangue pode ser possível com alterações dietéticas no sentido de baixo carboidrato. Dr. Souto, é uma grande bomba positiva que acabou surgindo com esse artigo…
Dr. Souto: É uma coisa… É uma bomba. Acho que você qualificou bem. O artigo saiu publicado no Pediatrics, acho que anteontem… E ele foi repercutido no New York Times. Saiu uma reportagem grande no New York Times repercutindo esse artigo. Saiu no Medscape, que é um agregador de notícias médicas. Então, é um artigo que está fazendo barulho. Deixa eu contar para você sum pouco do background dessa história toda. Nós devemos ter conversado em algum episódio prévio, mas não custa resgatar. Quem é o Dr. Bernstein? O Dr. Bernstein é um endocrinologista, e hoje ele tem mais de 80 anos de idade. Desde jovem ele é diabético tipo 1. Então, ele pegou uma fase muito complicada do diabetes tipo 1, quando ainda não existia nem esses glicosímetros que a gente usa em casa, que hoje é muito comum… Não existia naquela época. E ele já estava desenvolvendo uma série de complicações muito graves do diabete. Ele não era médico. Ele era engenheiro. Aí ele conseguiu que a esposa dele, que era médica, comprasse um aparelho para medir glicose. Era um aparelho que pesava um quilo e meio. E ele começou a descobrir que eram os carboidratos que aumentavam a glicose dele. Então, ele começou a diminuir os carboidratos. Com isso, ele começou a diminuir e a ajustar as doses de insulina e ele começou a reverter os vários problemas de saúde que ele tinha. Ele tentou publicar essa ideia em revistas médicas na época. Ninguém deu bola – até porque ele não era médico. Então, ele resolveu entrar na faculdade de medicina aos 40 e tantos anos de idade… 43 anos, uma coisa assim… Ele se formou médico. Ele começou a praticar, a ajudar outros diabéticos com seu método e publicou esse livro que já está não sei em que edição hoje em dia… E é a verdadeira bíblia do diabético tipo 1, manejo com low carb. Em 2014, surgiu um grupo fechado no Facebook nos Estados Unidos chamado “Type One Grit”. Este grupo fechado era de pacientes que começaram a se ajudar e dar dicas uns para os outros de como eles estavam tendo sucesso… Por quê? Porque dentro da medicina, dentro da endocrinologia, eles não estavam tendo suporte dos profissionais de saúde. Então, eles resolveram fundar um grupo. Foi um movimento de baixo para cima. E este grupo foi crescendo. Ele atualmente tem cerca de 2 mil participantes. Os resultados mostrados no grupo… As pessoas usam monitores contínuos de glicose… Mostram resultados de glicose fantásticos, com uma glicemia média, uma glicose média abaixo de 100, com uma hemoglobina glicada na faixa do normal, o que é uma coisa que quase nunca se vê em diabetes tipo 1… E o mais importante: com uma diminuição muito grande de complicações. Um número muito menor de hospitalizações. Um número muito menor de cetoacidose. Porque o pessoal que critica diz assim… “Esses pacientes vão ter um risco maior de cetoacidose”. Não, eles têm um risco menor de cetoacidose.
Rodrigo Polesso: E o estudo mostrou a mesma coisa.
Dr. Souto: Exatamente. Ninguém dava bola, né, Rodrigo, por quê? Porque era uma coisa de grupo de Facebook, não estava publicado na literatura científica. Bom, o que que aconteceu? Uma das autoras desse estudo… Já estou olhando o estudo aqui agora, já vou te dizer o nome dela. É a doutora Carrie Julius. A Dra. Carrie Julius é uma médica cirurgiã que é portadora, ela mesma, de diabetes tipo 1. E ela começou a participar desse grupo, do Type One Grit. E ela ficou com resultados maravilhosos dos seus exames. Ela não teve mais nunca nenhuma complicação. Um detalhe muito interessante é o seguinte… A Dra. Carrie faz cirurgia de espinha, de coluna vertebral. São cirurgias que duram muitas horas… 5 horas, 6 horas… O que é muito complicado para o diabético tipo 1, porque o diabético tipo 1… Como que é o manejo normal deles? Eles usam uma dose grande de insulina de duração longa para poder cobrir o dia inteiro. Agora, essa insulina está agindo o tempo todo, se a pessoa estiver comendo ou não. Se a pessoa não comer nada, a glicose dela vai despencando e ela tem uma hipoglicemia, que pode ser simplesmente um suadouro, uma mal-estar, mas pode ser um desmaio, pode ser coma e pode ser morte. Então, a pessoa se força a ficar comendo carboidratos para não ter hipoglicemia. Acontece que é muito difícil casar a dose de insulina que se injeta com o quanto a glicose vai subir com o carboidrato que se comeu. E outra: se a pessoa come alimentos ricos em carboidratos de alto incide glicêmico, daqui a pouco a glicose sobe muito… Sobe mais do que a pessoa imaginava. Aí ela usa uma insulina de ação rápida para conseguir trazer a glicose para baixo, mas ela pode usar uma dose que foi maior do que o que deveria. É tudo muito difícil de dosar. Aí daqui a pouco cai demais, aí ela tem que tomar um suco para subir de novo, aí sobe demais. Então, é a famosa montanha-russa da glicose. Não é raro entre essas pessoas que a glicose varie de 40 a 400 no mesmo dia. Para vocês que não são da área médica, o normal é entre 70 e 100. Então… Imagina que você é um cirurgião que tem que ficar 6, 7 horas operando… Como que você vai fazer? E se tiver uma hipoglicemia durante a cirurgia? Então, é muito comum que as pessoas acabem largando carreiras por causa disso. Mas essa doutora não. Ela ia operar em jejum, Rodrigo. Em jejum.
Rodrigo Polesso: Olha só…
Dr. Souto: E entrava com glicose 85 e saia da cirurgia com glicose 90. Como ela conseguia fazer isso? Simples. Ela injetava uma dose baixa de insulina basal, suficiente para manter sua glicose normal e impedir a cetoacidose, de modo que como ela não comia carboidrato, a glicose não subia demais, mas como ela não usava bolo de insulina para controlar o carboidrato que ela comeu, também não caía demais. E isso basicamente é o que o Dr. Bernstein recomenda há mais de 40 anos. Bom, quando uma endocrinologista do hospital que a Dra. Carrie trabalhava ficou sabendo disso, ao invés de dizer que era loucura, ela se interessou. Se interessou, foram atrás e resolveram fazer um estudo dessas pessoas. Quem são essas pessoas desse grupo que conseguem resultados que ninguém consegue? Como elas fazem isso? Eles recrutaram 300 e tantas pessoas que autorizaram que fossem vistos prontuários médicos delas, que fossem consultados os médicos delas para confirmar que elas realmente eram diabéticas tipo 1, para confirmar que seus exames eram o que elas estavam dizendo, para não ser coisa só de boca, para não ser só relato. Aí o resultado é esse que você estava dizendo. Qual é a média da hemoglobina glicada de pessoas com diabetes tipo 1? 8,2. Pessoal, 8,2 é muito ruim. O normal é até 5,7. Acima de 6,5 é diabetes. 8,2 é ruim. A Associação Americana do Diabetes diz que crianças com diabetes tipo 1 teriam que ficar abaixo de 7,5. 7,5, cá entre nós, já é um resultado que pode levar a complicações. Quanto porcento das crianças com diabetes tipo 1 conseguem ficar abaixo de 7,5? 20%. 80% das crianças com diabetes tipo 1 não conseguem ficar se quer abaixo de 7,5%, que é o target da Associação Americana do Diabetes. E nós temos um grupo cuja média da hemoglobina glicose é normal. A média dele é melhor do que a hemoglobina glicada de muita gente que não é diabético.
Rodrigo Polesso: Exatamente. Esse é o ponto.
Dr. Souto: Por que a Associação Americana de Diabetes não diz assim… “O target deveria ser menos do que 6″. Porque as pessoas teriam que usar tanta insulina para ficar em menos do que 6 que a quantidade de hipoglicemias seria inaceitável. Mas, Rodrigo, isso é se você pensar assim… “Se eu comer um monte de carboidrato eu vou ter que usar muita insulina para ficar abaixo de 6.” Mas e se eu não comer quase nada de carboidrato? Está certo? Uma das frases que me marcou no artigo original começa assim… Antes da descoberta da insulina, as vidas das crianças com diabetes tipo 1 eram estendidas, muitas vezes por anos… Porque é uma doença fatal se você não injetar insulina. Mas eles conseguiam manter essas crianças vivas, muitas vezes por anos, por uma restrição severa de carboidratos. Aí vem a segunda frase. Após o advento do tratamento com a insulina, a ingestão recomendada de carboidratos foi aumentada sem nenhum ensaio clínico que provasse a superioridade dessa abordagem. Então, eu gostaria de chamar a atenção das pessoas para o seguinte. Aquilo que é o standard of care, que é o padrão hoje, que é mandar que a criança com diabetes consuma uma quantidade de carboidratos equivalente ao que uma criança não diabética consome e simplesmente usar insulina o suficiente… Isso nunca foi testado em nenhum ensaio clínico. Então, isso foi uma coisa que se criou na época. Foi criticado na época. Tinham autores na época que diziam, “Olha, nós não devemos usar grandes quantidades de carboidrato para não ter que usar grandes doses de insulina, para evitar hipoglicemia.” E ninguém deu bola. Agora tem evidências muito interessantes de que uma abordagem low carb tenha resultados muito superiores e o pessoal fica reclamando que a evidência agora é fraca para mudar uma estratégia que foi introduzida sem nenhuma evidência. Mas vamos adiante. Vamos adiante. Eu estou com o artigo na mão. Tenho trechos sublinhados que eu queria falar para vocês. A ingestão mediana de carboidrato desse grupo foi de… Desculpa… Foi de 36 gramas, média. E a hemoglobina glicada média do grupo foi 5,6. Ou seja, normal. Lembra quando eu falei que 20% das crianças atingem o target… O objetivo da Associação Americana do Diabetes, que é menos de7,5% de hemoglobina glicada? Nesse grupo do Facebook… No Type One Grit, sabe quantos atingem esse target? 97%!
Rodrigo Polesso: Todo mundo, em outras palavras.
Dr. Souto: Todo mundo. Aí a pessoa pode dizer o seguinte. Tudo bem, mas eles devem ter quantidades imensas de hipoglicemia, cetoacidose e tal. Você está com o artigo do Ludwig aí na frente, Rodrigo?
Rodrigo Polesso: Não estou com ele aberto não, mas eu vi que era 4% eu acho.
Dr. Souto: Se não me engano, era o seguinte… 8% de hospitalização e tal no grupo controle versus 2% de hospitalização neste grupo aqui, que é um grupo que está tendo resultados de controle da glicemia muito superiores. Se o número não é exatamente esse que eu disse, é parecido. O que importa é o seguinte. Eles estão atingindo resultados nunca antes vistos em diabetes tipo 1 com um índice de complicações muito mais baixo do que o normal.
Rodrigo Polesso: Exatamente. Não tem ponto negativo, digamos assim.
Dr. Souto: Exatamente. Bom… Em termos de… Aqui acho que vem uma das coisas principais… Um dos resultados que mais me deixou pensativo quando eu li esse estudo. Os participantes relataram altos níveis de satisfação geral com sua saúde e com manejo do diabetes, mas não com os cuidados profissionais do seu diabetes. Sabe quantas dessas pessoas se quer discutiram com os seus médicos… Com seus profissionais de saúde de que eles faziam uma abordagem low carb? 27%. Ou seja, quase um terço dessas pessoas que estavam tendo resultados maravilhosos… Estavam altamente satisfeitas com o manejo da sua doença… Não tiveram coragem de discutir com seus profissionais de saúde que eles estavam fazendo essa abordagem. Por quê? Aí vem a segunda frase aqui. Dentre aqueles que discutiram com os profissionais de saúde essa abordagem, apenas 49% concordaram com a afirmativa de que os profissionais de saúde lhes davam suporte. Ou seja, a pessoa chega para o profissional de saúde e mostra… “Eu sou diabético tipo 1. Eu estou usando uma quantidade de insulina bem melhor. Eu não tenho mais hipoglicemia. E a minha hemoglobina glicada é melhor que a sua, doutor.” Aí o médico em vez de dizer, “Pelo amor de Deus, que coisa fantástica. Quem sabe vou formar um grupo de pacientes. Você ajuda meus outros pacientes a ter esse resultado maravilhoso.” A pessoa diz assim, “Está errado isso aí. Você tem que comer mais pão, tem comer mais açúcar, porque isso é o que recomenda as diretrizes da Associação Americana de Diabetes.” Então, é uma coisa que eu acho muito sintomática dos tempos que nós vivemos, que a mudança tenha que vir de um grupo de Facebook… E não dos profissionais de saúde. O Bernstein propõe essa estratégia há mais de 40 anos. O livro dele está em não sei qual edição. Milhares de pacientes chegando para seus profissionais de saúde e mostrando resultados melhores. A plausibilidade biológica… Pelo amor de Deus… A plausibilidade é evidente. É mais ou menos o seguinte. Se eu consumo muito carboidrato, eu tenho dificuldade de prever quanto minha glicose vai subir. Aí eu injeto uma quantidade de insulina grande, porque eu consumi bastante carboidrato. Eu já tenho a incerteza de quanto a glicose vai subir. Eu não tenho como saber 100% a composição daquele alimento. Uma banana pode ser maior ou menor. Eu pode estar mais ou menos madura. É impossível saber exatamente quanto a minha glicose vai subir. Aí eu injeto aquilo que eu acho que eu tenho que injetar de insulina, que vai ser uma dose grande. Existe uma variabilidade da variação subcutânea da insulina. Ela pode ser maior ou menor, dependendo do lugar do corpo que você injetar, dependendo do lote da insulina que você injetar, dependendo se você está com frio ou com calor, se a circulação de sangue naquele lugar está maior ou não. Então, você tem erro no carboidrato que entra, erro na insulina que entra, e aí sua glicose pode dar 400 ou pode dar 40, depois dessa experiência. A outra alternativa é a seguinte. A pessoa come uma proteína e vegetais. A glicose vai subir bem pouquinho, baseado na proteína, por causa do glucagon que a proteína faz o pâncreas secretar. Sabedor disso, a pessoa injeta bem pouquinho de uma insulina de ação mais rápida. Para cobrir aquela leve elevação provocada pela proteína. Como a quantidade injetada é pequena, ela nunca vai ter uma hipoglicemia grave. É tão óbvio. A plausibilidade biológica é tão óbvia. Outra coisa muito interessante é o seguinte. Muitas crianças nesse estudo aqui e essas crianças tinham, inclusive, uma altura média um pouco maior do que a média da idade. Ou seja, elas estavam crescendo e crescendo bem. Então, pessoal, não precisa um monte de carboidrato para crescer, a não ser que você queira crescer para os lados.
Rodrigo Polesso: Exatamente.
Dr. Souto: O que precisa é não estar cronicamente doente. Uma criança que esteja com diabetes tipo 1, mas cronicamente saudável… Mantendo níveis adequados de controle glicêmico… Não está sempre doente, não está sempre com hipo, não está sempre com hiper… E consumindo uma quantidade adequada de proteína, e essa estratégia aqui é uma estratégia que tem uma quantidade adequada de proteína… Evidentemente vai crescer bem. Qual é a única crítica? Ele é um estudo observacional. Aí vem a pergunta. Alguém já conseguiu algum resultado se quer próximo desse em qualquer outra estratégia? Não. Quando forem introduzidas as diretrizes de dar pelo menos 45% de carboidratos para pacientes com diabetes tipo 1, isso foi testado em algum ensaio clínico randomizado? Não. Então, aqui é tipo paradigma do paraquedas, na minha opinião. O que é o paradigma do paraquedas? É assim… Quando nós temos uma coisa cuja a evidência é tão absurda… Quando é tão evidente que funciona bem, começa a ser um pouco complicado a gente propor que eu pegue pacientes, randomize, metade para pular com paraquedas, metade para pular sem paraquedas para chegar a conclusão se eu devo, ou não, usar paraquedas quando eu pular de um avião. Muito pouca coisa em medicina é assim. Mas eu estou para dizer que isso aqui está próximo disso. Eu vou ler aqui um trechinho da discussão do artigo. Neste levantamento de crianças e adultos que seguem uma dieta de muito baixo carboidrato por longo prazo para tratamento de diabetes tipo 1, nós observamos medidas de controle glicêmico em níveis praticamente normais, baixas taxas de hipoglicemia ou de outros efeitos adversos e, geralmente, grande satisfação com a saúde e com o controle do diabetes. Estes achados são sem precedentes entre pessoas com diabetes tipo 1, revelando uma nova abordagem para a prevenção das complicações do diabetes no longo prazo. Pesquisadores do Diabetes Control and Complication Trial… Um ensaio clínico que fez, então, essa avaliação… Conseguiram atingir uma hemoglobina glicada média de 7,2% no grupo intensivamente tratado. Mas o que que aconteceu? Este grupo teve um aumento das taxas de hipoglicemia. Então, quando se faz o tratamento convencional do diabetes tipo 1, que é manter uma dieta cheia de carboidrato, mas usar quantidades grandes de insulina… Usar um tratamento intensivo com insulina, se consegue chegar a meros 7,2% de glicada, mas aumentam as complicações. Vocês têm aqui um grupo do Facebook, Rodrigo, atingindo 5,6% de glicada com menos complicações do que pessoas que não fazem o tratamento intensivo de insulina, porque eles usam menos insulina do que todo mundo. Por quê? Porque eles não são loucos. Eles não se entopem de carboidrato para ter que se entupir de insulina. Eles fazem o óbvio.
Rodrigo Polesso: Uma coisa que eu fui ver para ver o estado… O standard of care que a gente fala… O que é recomendado hoje para você, se você se tornar diabético tipo 1 hoje, o que vai acontecer? Eu fui então ler obviamente as diretrizes oficiais 2017 e 2018 da Associação Brasileira do Diabetes, ou seja, uma associação que teoricamente deveria ser especialista nesse assunto. O que eles dizem é o seguinte. “Para diabetes tipo 1 em crianças e adolescentes. Orientação alimentar. O plano alimentar implica evitar açúcares refinados, de absorção rápida, e instituir uma alimentação equilibrada do ponto de vista de conteúdo de carboidratos (50 a 60%), proteína (15%) e gordura (30%), o que propicia uma alimentação de alta qualidade e que deveria ser consumida por todos, diabéticos ou não, visto que é muito mais saudável do que a maioria dos esquemas alimentares consumidos por crianças não diabéticas.” Parece uma redação de colégio. “Muito mais saudável comer assim. Devia ser aplicado a todo mundo.” Olha que coisa bizarra.
Dr. Souto: E são coisas afirmadas do nada. Do éter. O que nós temos hoje é um resultado lamentável. Eu li para vocês. 20% das crianças conseguem chegar abaixo de 7,5% de glicada, e 7,5% é alto, enquanto que tu tens um grupo online de pessoas seguindo uma orientação lógica com menos complicações… Repito… Menos internações… Menos cetoacidose… Com uma altura média das crianças maior do que a média da idade dos não diabéticos… E atingindo 5,6% de hemoglobina glicada média. Então, claro, agora vamos colocar os caveats… Os senões. É um estudo observacional. Não é um ensaio clínico randomizado. Então, é evidente que nenhuma diretriz vai mudar antes que saia um ensaio clínico randomizado disso. O que eu acho é que agora a coisa está na rua. Saiu no New York Times. Foi resenhado foi Medscape. Saiu publicado na Pediatrics. Não dá mais para se esconder e dizer que é um grupinho do Facebook, porque está publicado na literatura e agora seria antiético não conduzir o ensaio clínico randomizado, que terá que ser conduzido. Vai levar um tempo, mas vocês vão ver. Vai acontecer. Segundo problema. Claro, é um grupo altamente motivado. Então, nós não estamos comparando… Nós estamos comparando aquelas pessoas com a motivação mediana da população, que tem os resultados muito ruins que eu comentei, com um grupo que é considerado pelas pessoas como xiita. “Poxa vida, pessoas que não dão pão para o filho diabético? Devem ser loucas.” Então, assim… Pessoas altamente motivadas. Mas veja bem… O que que eu penso? Pode ser que realmente só atinja esse tipo de resultado as pessoas que são altamente motivadas. Qual é minha crítica, Rodrigo? É que tem muita gente que é altamente motivada na vida, mas jamais vai saber que tem essa alternativa para oferecer para seu filho, porque o médico disse que isso é loucura, porque a nutricionista disse que isso é loucura. Pelo menos a pessoa tem que saber que existe uma alternativa para atingir níveis de controles glicêmicos ideais com risco baixo de hipoglicemia e ter uma vida feliz. Agora, se ela achar que abdicar do pão e do biscoito Oreos é um sacrifício demais para atingir esse objetivo, isso é uma opção pessoal de alguém que já foi informado que essa alternativa existe, e optou por pular fora. Não é ético, não é correto que as pessoas não sejam informadas da alternativa mais eficiente que existe em 2018.
Rodrigo Polesso: Para o grupo de diabetes tipo 2, você concorda que a gente tem muito mais corpo de evidência por trás, né? Tem muito mais corpo de evidência mostrando melhora através de uma alimentação low carb, de uma cetogênica. E mesmo com todo esse corpo de evidência, as diretrizes não mudaram ainda. Vou só ler aqui a ingestão diária recomendada. Orientações oficiais, de novo, da Associação Brasileira do Diabetes para pessoas com diabetes tipo 2. É uma coisa medieval. É igual dizer assim: “Pessoal, vamos andar na rua com o carro com roda quadrada, porque é melhor.” É tão ridículo quanto. 45% a 65% de carboidratos. Mas não só isso. Eles colocam uma observação embaixo disso e falam o seguinte. Não inferior a 130 gramas por dia de carboidratos. Observação… 45% a 65%, não inferior a 130 gramas por dia. Ou seja, esse grupo do Facebook comento 30 vai ser apedrejado por essas diretrizes, para começar.
Dr. Souto: Deveria estar todo mundo morto.
Rodrigo Polesso: Sabe o que eles recomendam também que eu dei risada? Ou achei muito cômico. É a ingestão diária recomendada desses nutrientes. Depois vem frutose. “Não é recomendada a adição na dieta.” Ótimo. Depois vem, “Sacarose. 5%” Como assim? É recomendado que você coma 5% da dieta de sacarose? Eu não sei se isso foi um erro, mas é ridícula essa parte da sacarose. Claro, eles limitam o colesterol, menos de 300 miligramas por dia. E limitam também o sódio, para comer menos de 2 mil miligramas por dia, que a gente sabe que é o intervalo mais associado com problemas…
Dr. Souto: Está associado com o aumento de mortalidade.
Rodrigo Polesso: Então, se você contar isso, você está num mar de tubarões
Dr. Souto: . Claro que é importante salientar o seguinte. Nenhum diabético tipo 1 que está ouvindo isso aqui deve sair cortando carboidrato… Porque daqui a pouco a pessoa não sabe como reduzir a insulina. Isso precisa ser visto junto com o seu médico. Como nós estávamos comentando, existe já… Esse mesmo grupo Type One Grit tem agora sua versão no Brasil. É preciso ficar claro que esse é um grupo fundado por pacientes, assim como o grupo americano. Não está vinculado comigo, Souto. Não sou eu que inventei esse negócio. Estou passando para vocês porque é uma forma das pessoas trocar experiências… Inclusive, conversarem entre si e saberem em cada cidade quem são os médicos naquela cidade que já estão por dentro desse tipo de abordagem para poder ajudar o paciente diabético que optar por seguir essa estratégia. O email do grupo para os diabéticos tipo 1 que tiverem interesse é type1gritbrasil@gmail.com. Nós vamos colocar no final do podcast. Mas eu já digo para vocês, então: type1gritbrasil@gmail.com.
Rodrigo Polesso: Brasil com “s” normal.
Dr. Souto: Brasil com “s” normal. Type1gritbrasil@gmail.com. Mas nas notas do podcast vai estar escrito direitinho lá o email, que é para quem tiver interesse mandar. Vai conversar com os administradores do grupo, que vão ver se você tem o perfil para entrar neste grupo. Ele é um grupo onde as pessoas trocam entre si dicas, receitas, como elas manejam os seus níveis de diabete… Desculpa, de insulina. Existem médicos, que eles médicos são portadores de diabetes tipo 1 e que estão nesse grupo. Que são, obviamente, as pessoas mais interessantes que os diabéticos tipo 1 conversem porque eles são, ao mesmo tempo, pacientes e médicos. As diretrizes obviamente precisam esperar ensaio clínico randomizado para mudar. Mas você que tem a doença e tiver interesse nessa abordagem pode muito bem procurar um médico que lhe ajude a ver se essa estratégia pode ser interessante para você. O artigo está publicado. É um artigo observacional. Nós vamos colocar o link para o artigo também, para quem é da área da saúde e quiser ler.
Rodrigo Polesso: Perfeito. Quero enfatizar o aviso que você deu. Tudo o que a gente fala aqui, ou tudo que está na internet, na verdade, é informação. Sempre, obviamente, consulte um profissional qualificado da sua área. Principalmente, se você é diabético tipo 1, meu Deus, antes de fazer qualquer mudança entrar nesse grupo, é uma ótima escolha. Acho que vai ajudar bastante. Maravilha. Vamos fazer uma pausa. O caso de sucesso de hoje… Antes da gente falar uma coisinha sobre diabetes tipo 2 também. Saiu outro artigo sobre isso… Para atualizar vocês sobre isso… Uma coisa que a gente já falou. O caso de sucesso de hoje vem do Fábio Geminiani. Ele falou, “Hoje eu completo 30 dias de jejum intermitente mais alimentação forte. O resultado: menos 11 quilos em 30 dias.” Menos 11 quilos. Ele falou, “Estou muito feliz e animado em busca do meu objetivo.” 30 dias, 4 semanas só, pessoal. Com alimentação forte. Alimentação correta, mais low carb. E um protocolo bem feito de jejum intermitente, como instruído no Código Emagrecer de Vez. Para que as pessoas não cometam o erro que a Rosimilda pode ter cometido no começo. Você vê essas coisas na internet, começa a fazer, se sentir mal, ter resultados errados, contraprodutivos e não saber porquê… E culpar o bendito do jejum ou alimentação low carb… Mas na verdade foi você que não se instruiu o suficiente. Dentro do código emagrecer de vez é tudo feito na hora certa e é explicado porque que aquilo faz sentido. Eu confio muito que aprender o porquê das coisas que você faz. Se você tem interesse, é CodigoEmagrecerDeVez.com.br. Você pode ver o vídeo de apresentação lá. Olha só. O segundo tópico que é diabetes tipo 2… Que vem junto com o primeiro tópico… Tudo de diabetes hoje aqui. É do Virta Health. Novos resultados do estudo do Virta Health no tratamento do diabetes tipo 2 através de uma dieta cetogênica bem formulada foram recém publicados. Nós falamos anteriormente desse estudo aqui e mostramos resultados. Acho que foi de 6 meses o estudo… A preliminar.
Dr. Souto: Nós tínhamos mostrado os resultados no controle do diabetes e no emagrecimento. Agora eles estão publicando os resultados dos fatores de risco cardiovasculares.
Rodrigo Polesso: Perfeito. No final de um ano, depois do começo da intervenção nesses pacientes. Então, o que eles disseram num parágrafo que resume basicamente… Os participantes desse estudo que têm diabetes tipo 2 demonstraram uma melhora significativa em 22 dos 26 marcadores de doença cardiovascular, incluindo pressão sanguínea, enquanto reduzindo o medicamento para a redução de pressão arterial. Em contraste, aquelas pessoas que seguiram o tratamento usual do diabetes tipo 2, melhoraram em nenhum dos 26 parâmetros. Eles seguiram a dieta low carb, melhoram… Low carb não. Uma dieta que eles formularam, mais cetogênica, bem controlada, certinho. Melhoraram 22 dos 26 marcadores. Estatisticamente significante. O pessoal seguindo o padrão que a maioria das pessoas segue, não melhorou em nenhum dos parâmetros. Nenhum dos 26. Um resultado bastante grande. Mais uma coisa para corroborar com essa história toda.
Dr. Souto: O padrão não é não fazer nada. O padrão era a dieta proposta pela Associação Americana de Diabetes. Eles estavam comparando a dieta cetogênica do Virta versus a dieta proposta pela Associação Americana do Diabetes. Não é que o Virta foi melhor do que a outra. O Virta melhorou 20 e tantos fatores de risco cardiovasculares, mas a outra não melhorou nenhum. Então, o padrão é muito ruim. Essa que é a mensagem que a gente quer deixar hoje. Eu entendo que seja complicado mudar um padrão maravilhoso. Imagina que você tem uma coisa que está funcionando maravilhosamente bem. Aí você fica… Mexer num time que está ganhando é complicado. E se não der certo? Não. O padrão é assim… O time está perdendo, mas está perdendo muito. Está perdendo de 7 a 0. E aí, o que que eu faço… Eu deixo assim. Mas aí aparece um estudo que tem uma coisa muito melhor. Mas não dá. Não dá por quê? Não dá. Porque deve estar escrito nas Tábuas de Moisés que tem que ser assim. É uma situação peculiar, eu acho… Eu imagino… Já falei isso outras vezes. Não vou mais estar vivo daqui 100 anos. As pessoas vão olhar para trás fazendo uma recapitulação histórica desse período com o mesmo olhar de espanto e incredulidade que as pessoas escutam histórias do passado.
Rodrigo Polesso: Queimar bruxas…
Dr. Souto: É. O Samuel Weiss, que é o sujeito que propôs que os médicos lavassem as mãos… E que acabou depois internado num hospício… O que ele tinha se dado conta? Que o pessoal fazia necropsia… Ia lá e examinava os corpos dos mortos e depois, sem lavar as mãos, ia fazer um parto. Aí as mulheres morriam de complicações sépticas, de infecção. Ele se tocou que se lavasse as mãos, isso não acontecia. Diminuiu em 80% as complicações sépticas. E o pessoal, em vez de achar uma maravilha e adotar o negócio, disse que ele era louco. Ele acabou internado. A gente olha para trás e diz assim… “Só no século XIX para acontecer uma coisa tão bizarra!” E nós estamos vivendo em tempos bizarros. Tempos muito bizarros. Quando nós temos estratégias que funcionam maravilhosamente bem com índice de complicações menores… E veja bem… A gente nem tocou nesse ponto. Mas é muito mais barato, Rodrigo. Insulina, para quem não sabe, custa caro. Não é raro para as pessoas que fazem um tratamento mais intensivo… Usam essas insulinas novas… Gastar mil reais de insulina num mês. A pessoa usando uma dose bem pequenininha de insulinas mais baratas, que é o Bernstein propõe no livro dele, corta o custo, mas corta loucamente o custo. Então, é menos custo. Menos complicações. Melhores resultados. É difícil. É como olhar para essa história de lavar as mãos… E a gente pensa assim, “Que coisa louca.” Pois é. Estamos vivendo em tempos igualmente loucos. Talvez a gente não tenha o afastamento… O distanciamento histórico suficiente para se dar conta disso.
Rodrigo Polesso: Novamente, a mudança hoje está em cada vez mais áreas… Vindo de baixo. Não tem barreira de conhecimento hoje. Você precisa se informar e fazer alteração de maneira responsável. Hoje em dia tem muito profissional por aí… Muito profissional que escuta o podcast… Que está nos seus próprios estudos, se atualizando… Que já está conectado com esse conhecimento todo. Então, você consegue fazer uma alteração no seu estilo de vida assistida por um profissional competente e atualizado. Se a gente for esperar o pessoal mudar essas diretrizes para poder tomar uma atitude… A gente vai morrer sentado, esperando, literalmente. Coisas que já deviam ter mudado há décadas e a gente sabe que demora muito até os dinossauros mudarem de ideia… Ou também eles partirem para a próxima. Pessoal, é isso aí. A informação está aqui. Faça uma mudança de maneira responsável. Não tem barreira de conhecimento hoje. É isso aí. Agora, para a gente finalizar, Dr. Souto… Vamos ver o que que você comeu na sua refeição de ontem à noite. A gente está gravando de manhã, então o que você jantou ontem.
Dr. Souto: Ontem à noite eu comi pizza, Rodrigo.
Rodrigo Polesso: Ai, ai, ai…
Dr. Souto: Agora acabou. Fecha o podcast. Último episódio. Pizza low carb, né pessoal. Massa low carb de pizza. Bota em cima o que quiser. Nesse caso eram pequeninhas. Tinha uma que era com palmito, queijo, molho de tomate. Tinha uma outra que era tipo marguerita. Umas mini pizzas low carb.
Rodrigo Polesso: A massa é do quê?
Dr. Souto: A massa é de um conhecido de Porto Alegre. Não estou ganhando nada para fazer essa propaganda. Vou fazer porque é boa. Se chama Zest For Life. Quem quiser, procura no Instagram. Os produtos são muito bons. Ele e a esposa praticam low carb. Tiveram resultados incríveis e resolveram fazer uma empresa para fazer isso adiante. É uma massa à base de farinha de amêndoas. Mas muito gostosinha. Fininha. Fica muito boa.
Rodrigo Polesso: Que beleza. Hoje em dia não precisa passar vontade para seguir esse estilo de vida, pessoal. Não precisa mesmo.
Dr. Souto: Também não é difícil achar na internet receita para fazer sua própria massa de pizza low carb.
Rodrigo Polesso: É a coisa mais fácil que tem.
Dr. Souto: Entra lá na Tribo Forte e tem incontáveis versões de receitas de massa de pizza low carb usando desde couve-flor, passando por farinha de amêndoas, passando por linhaça.
Rodrigo Polesso: Até queijo tem como fazer.
Dr. Souto: Não há falta de alternativas.
Rodrigo Polesso: Não mesmo. Claro, se você quiser melhorar ainda mais o sabor da sua dieta, você pode comer um belo de um fígado. É isso que eu fiz hoje à noite, na verdade. Um fígado de vaca com alguns ovos e também um pouco de queijo brie, que é um dos meus queijos favoritos. Ele é riquíssimo em gordura. Queijo brie é muito bacana. Essas três coisas com umas nozes macadâmias do lado. Perfeito, perfeito. Fácil e muito barato. Como eu sempre falo, normalmente as carnes de órgãos são as mais baratas que você encontra no mercado. Se você tem nojinho, paciência. Um dia, daqui 100 anos, como você falou, Dr. Souto, o pessoal vai olhar para trás… “Nossa naquela época eles jogavam fora esses multivitamínicos naturais. E acreditem, eles compravam multivitamínicos em cápsulas no mercado. Que coisa bizarra. Só no século XXI para isso acontecer.” Está dito. A previsão de Nostradamus está colocada. Maravilha, então. Dr. Souto daqui uns 20 anos, mais ou menos, vai partir para esse nível de nutrição. Já começou com o patezinho.
Dr. Souto: O patê é uma forma que eu sugiro para quem quiser se introduzir no mundo do fígado. Patê é uma boa.
Rodrigo Polesso: É uma forma fácil. Maravilha, pessoal. Isso aí, então. Vamos fechar esse podcast de hoje. Se você está ouvindo ainda, parabéns. Não é todo mundo que fica até o final. Lembrando que se você quiser ir no evento Tribo Forte Ao Vivo 2018, encontrar todos nós lá… Ver a palestra, se atualizar, entrar nessa energia para mudar seu estilo de vida… Garanta seu ingresso… Está disponível somente agora… Por 72 horas até quinta-feira só. É só entrar em TriboForte.com.br/AoVivo. Vai estar no post também o link. Ok, pessoal, muito obrigado. Obrigado, Dr. Souto. A gente se fala na próxima semana. Até lá.
Dr. Souto: Obrigado. Um abraço. Até lá.