Bem vindo(a) hoje a mais um episódio do podcast oficial da Tribo Forte!
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Neste episódio:
- Falaremos sobre as balelas espalhadas por aí de que o consumo de carne vermelha aumenta os riscos de câncer;
- Estudo que comparou os impactos de algumas dietas em pessoas com esclerose múltipla;
Escute e passe adiante!!
Saúde é importante!
OBS: O podcast está disponível no iTunes, no Spotify e também no emagrecerdevez.com e triboforte.com.br
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Ouça o Episódio De Hoje:
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Caso de Sucesso do Dia
Referências
Artigo Sobre a Carne Vermelha
Estudo Sobre Esclerose Múltipla
Transcrição do Episódio
Rodrigo Polesso: Olá, bom dia para você! Bem-vindo ao episódio aqui
do podcast da Tribo Forte. A sua dose semanal de saúde baseada em evidência.
Hoje a gente vai discorrer sobre alguns temas que incluem carne e câncer… Uma
combinação que quase não está na mídia, né? Cetogênica também. Esclerose
múltipla também. Tem algumas coisas interessantes que mostram o poder da
alimentação aqui. E também, para começar, tem uma pergunta da comunidade.
Então, vamos aquecendo o podcast de hoje. Dr. Souto, como está por aí? Tudo
certo?
Dr. Souto: Tudo certo. Boa tarde e boa tarde para os ouvintes.
Rodrigo Polesso: Isso aí, pessoal. Vamos lá. Vamos começar com a pergunta
da comunidade aqui. Quem mandou para a gente foi a Gladis Rodrigues. Ela
perguntou… E a gente já comentou sobre esse assunto no passado, mas como é
bom sempre repetir, vamos lá. Ela perguntou: “Eu tentei dieta cetogênica e
tenho pressão (eu acho que ela quis dizer prisão) de ventre. O que eu posso
fazer?” Eu acho que aquela resposta genérica de novo, sem a gente ter que dar
uma aula sobre constipação de novo, como a gente já fez isso no passado. Mas eu
acho que quando as pessoas perguntam o cuidado que a gente tem normalmente é de
responder de forma a ajudar mais pessoas, até porque a gente não sabe os
detalhes da situação particular da Gladis, por exemplo. O que ela chama de
dieta cetogênica? As pessoas chamam de dieta cetogênica várias coisas. Você se
surpreenderia até com o que as pessoas consideram uma dieta cetogênica. Então,
a prisão de ventre… Por quanto tempo ela tem feito? Será que ela deixou o
tempo suficiente para a adaptação do organismo? Será que ela modificou
radicalmente a dieta? A qualidade dessa dieta… Tem muita pergunta diferente. Mas
acho que quando você muda drasticamente sua dieta, Dr. Souto, é esperado que o
corpo também se adapte de alguma forma e talvez exista um período de prisão de
ventre. Outra coisa também é o próprio conceito de prisão de ventre. Então, de
novo, só para a gente não falar tudo o que a gente já falou no podcast de
constipação, você pode procurar aí: “Tribo Forte constipação”. Você vai achar
um podcast no qual a gente discorreu com mais detalhes. Mas, Dr. Souto, dieta
cetogênica e prisão de ventre. Você pode dar um input rápido para tentar ajudar a Gladis e outras pessoas?
Dr. Souto: Como você já falou, uma
mudança drástica na alimentação… O intestino estranha. É interessante que a
mesma mudança – no caso, uma dieta cetogênica – pode produzir constipação em
algumas pessoas e diarreia em outras, mostrando que não é necessariamente uma
questão de… A dieta tem pouca fibra, portanto dá constipação. Bom, a mesma
dieta cetogênica com pouca fibra pode dar diarreia em outras pessoas. Depende
do microbioma, da flora intestinal de cada pessoa, de como o intestino reage.
Rodrigo Polesso: E pode ser uma cetogênica com alta fibra também.
Dr. Souto: Exato. Eu ia até dizer isso agora. Ia até me corrigir. Então,
da mesma forma que os intestinos reagem de forma diferente com a mesma dieta, a
solução que cada um adota vai variar. Como você colocou no podcast que nós já
discorremos mais profundamente sobre o assunto, tem pessoas que ao acrescentar
fibras à dieta melhoram e tem um monte de alimentos ricos em fibra que são
baixos em carboidrato. Vamos citar aí por exemplo o abacate, vamos citar as
foliosas e os vegetais… A salada de uma forma geral. Coisas como linhaça e
chia. Tem um monte de alimentos ricos em fibra e pobres em carboidratos
absorvíveis. Mas… E isso surpreende muitas pessoas… Às vezes a solução é o
oposto. Em pessoas constipadas que têm problemas de motilidade intestinal, na
qual o intestino na realidade, tem dificuldade para empurrar aquele bolo fecal
com movimento peristáltico, quanto mais fibra tiver, atrapalha mais nesses
casos. Aí uma dieta quase isenta de fibras pode ser a solução para essas
pessoas. Tem aí um monte de gente relatando isso. E existe um estudo que a
gente citou naquele podcast. Acho que tem lá a referência bibliográfica daquele
estudo nos links do podcast…
Rodrigo Polesso: Tem sim.
Dr. Souto: …citando isso aí. Quer dizer, não é coisa da minha
cabeça, da cabeça do Polesso. Está publicado. Então, às vezes o aumento de
gordura na dieta também tem esse efeito emulsificante. Então, a pessoa comendo
um pouco mais de boas gorduras também o intestino funciona melhor. Às vezes a
reposição de magnésio ajuda. Então, não dá para fazer uma orientação para esta
ouvinte específica, mas vê aí que nós falamos um espectro de coisas que nossos
ouvintes como um todo podem testar.
Rodrigo Polesso: Com certeza, pessoal. Não existe uma receita para
todo mundo mesmo. Podem ser diferentes causas para diferentes pessoas. Vamos
lá. Uma das balelas espalhadas por aí para meter medo nas pessoas sobre carne
vermelha é que isso aumenta os riscos de se desenvolver câncer, em particular
câncer no cólon retal. Logo o sugerido seria fazer o que tudo mundo parece
sempre recomendar nesse caso. Ou seja, cortar as gorduras e comer mais fibras.
Bem, existe um ensaio clínico randomizado publicado no New England Medical
Journal que testou uma dieta baixa em gorduras e alta em fibras, alta em
legumes, alta em folhas, para tentar prevenir a reincidência de câncer de cólon
retal em pessoas que já tiveram um deles removido antes. Metade das pessoas
seguiram essa dieta e a outra metade seguiu a dieta com a qual elas estavam
habituadas, só foram aconselhadas a seguir uma dieta saudável. Depois de 4
anos, eles analisaram quantas pessoas nesse grupo todo tiveram uma reincidência
do câncer para ver se tinha alguma diferença entre os dois grupos, o grupo que
seguiu a dieta baixa em gordura e alta em fibra, legumes e etc. e o grupo que
apenas vinha seguindo os próprios hábitos alimentares. A conclusão foi que a
taxa de reincidência de problemas… Do problema… Foi a mesma nos dois
grupos, sendo que o estudo concluiu literalmente o seguinte: “Adotar uma dieta
que é baixa em gordura e alta em fibras, frutas e vegetais não influencia no
risco de recorrência de adenomas colorretais.” Que interessante, Dr. Souto.
Parece que a sugestão que é dogma hoje não gera muito resultado pelo jeito que
a gente está vendo aqui. Infelizmente, não teve um outro grupo que teve uma
alimentação forte ou uma dieta low carb bem feita, dieta cetogênica bem feita
para poder comparar. Eles compararam o normal com o que é recomendado como
ótimo e na verdade os dois deram na mesma. É uma pulga atrás da orelha.
Dr. Souto: Pois é, Rodrigo. Quando o assunto é carne vermelha e
câncer colorretal, lembra aquela frase de Goebbels que dizia assim: “Uma
mentira repetida muitas vezes vira uma verdade.” Tanto se fala que carne
vermelha causa câncer colorretal que realmente médicos e leigos tomam isso como
uma verdade. No entanto, qual é a evidência para isso? A evidência para isso
são os famosos estudos observacionais, aqueles que não estabelecem causa e
efeito, e são estudos nos quais as pessoas que comem mais carne têm uma série
de outros hábitos incluindo tabagismo, sedentarismo e etc., que por si só podem
ser responsáveis por essa diferente incidência de doenças. A esmagadora maioria
desses estudos observacionais, que são vários… Quando você olha nas tabelas
que fazem a correção para essas variáveis, a tendência é que a associação entre
o consumo de carne vermelha e câncer colorretal vá desaparecendo ou se torne
nula. Um dos famosos estudos que avaliou isso, o maior, o mais bem conduzido,
estudo EPIC, que é um estudo conduzido em toda Europa, com literalmente
centenas de milhares de pessoas, não mostrou nenhuma associação entre o consumo
de carne vermelha e câncer colorretal. Repito: não houve associação. A
associação que foi vista foi entre o consumo de carne processada e câncer
colorretal. E mesmo assim não dá para afirmar que a carne processada cause
câncer colorretal, porque neste estudo EPIC… Adivinha? As pessoas que comiam
mais carne processada praticamente todas eram tabagistas. Quando eles
pegaram… Eu estou tentando lembrar de cabeça, mas era algo como 600 mil
pessoas. Quando eles pegaram e isolaram exclusivamente as pessoas que comiam
mais carnes processadas, mas não fumavam, o número deu inferior a 600. Então,
quer dizer, era muito menos de 1% da amostra. Portanto, não tinha como fazer
uma generalização estatística. Então, é baseado nesse tipo de estudo, que não
estabelece causa e efeito, nesse tipo de correlação tênue… E que está
basicamente da carne processada… E mesmo assim, como esse viés de que quem
comia carne processada eram os que mais tinha maus hábitos… Que se baseia
isso o que hoje é dito como se fosse uma verdade. Bem, aí o que a gente tem que
fazer? Será que tem o ensaio clínico randomizado… Ou seja, um experimento de
verdade para avaliar isso aí? Então, é esse estudo aí que você acabou de ler. E
o estudo foi negativo. Bom, quem estuda ciência, filosofia da ciência sabe que
é impossível provar um negativo. O fato do estudo, do ensaio clínico
randomizado não ter visto uma associação entre o consumo desta dieta baixa em
gorduras, baixa em fibras e redução de câncer colorretal, não significa que não
exista. Mas, provavelmente a magnitude do efeito é tão pequena que o estudo
com… Quantos? Quatro mil pacientes?
Rodrigo Polesso: Não, acho que foram 2 mil e poucos pacientes.
Dr. Souto: Dois mil e poucos pacientes, durando 4 anos, não
conseguiu observar. E olha que interessante. Eles escolheram justamente uma
população de alto risco. Pessoas que já tiveram um evento têm uma chance muito
maior de ter o próximo. Então, isso facilita que o estudo tenha o poder
realmente de avaliar a influência dessa mudança de estilo de vida. E um detalhe
bem interessante desse estudo é: não houve diferença estatisticamente
significativa. Mas teve um grupo que teve um número absoluto maior de câncer do
que o outro. E advinha qual foi o grupo que teve um número um pouco maior?
Repito: a diferença não foi estatisticamente significativa. Mas o grupo que
teve mais episódios de câncer colorretal foi justamente o que comeu mais fibra
e menos gordura.
Rodrigo Polesso: É, ironicamente, né?
Dr. Souto: Ironicamente. Deu um P igual a 0,19, é isso, Rodrigo?
Rodrigo Polesso: Eu estou com ele na tela aqui. O P… tem muito
texto para achar o P agora.
Dr. Souto: Tem muito texto. Mas enfim… A gente normalmente diz
assim… Que é estatisticamente significativo quando o P é menor do que 0,05.
Significa que eu tenho 5% de chance apenas do que a diferença observada entre
os grupos seja por uma distribuição aleatória, seja ao acaso e não seja uma
diferença real. Então, ali o P foi maior do que 0,05. A gente não pode afirmar
que essa diferença aí não foi ao acaso, mas tem 81% de chance de que essa diferença
não tenha sido ao acaso. Então, se fosse um estudo positivo… Está bem, eu
precisaria prestar atenção no P. Ele é negativo, mas a tendência, a direção em
que o estudo estava indo era na direção oposta daquilo que o senso comum diz. Então,
reparem, pessoal. Nós temos o que para basear essa afirmação? Basicamente nada.
Estudos observacionais nos quais quando a gente controla as variáveis de
confusão, o efeito desaparece. E um ensaio clínico randomizado que não mostrou
benefício. Claro, o pessoal poderia dizer… O estudo durou apenas 4 anos, se
tivesse durado 10 anos, teria dado diferença. Bom, mas olhem os números do
estudo. Você que é da área biomédica, pega o estudo. Nós vamos linkar aqui… E
olhe você mesmo. Se durasse mais tempo, provavelmente o estudo iria provar o
contrário.
Rodrigo Polesso: Sim. Quase 40% das pessoas teve reincidência
dentro de 4 anos. Então, não precisa pegar mais tempo.
Dr. Souto: É. A incidência maior estava começando a acumular no
grupo que estava comendo menos fibra. E existe estudo observacional… Nós já
falamos isso aqui no podcast… No qual se compara uma população onívora, que
come vegetais e carne, com uma população vegetariana e os vegetarianos tiveram
mais câncer colorretal, especificamente mais câncer colorretal. Nesse estudo os
vegetarianos tiveram menos de alguns outros tipos de câncer. Mas o colorretal
especificamente estava naqueles que não comiam nenhuma carne. Então, assim… É
muito cisne negro, né, pessoal? É uma manada de cisne negro.
Rodrigo Polesso: É tão difícil achar um branco no meio. Grande
parte desses estudos que você comentou, dos observacionais a respeito de câncer
e carne vermelha… Eles colocam no mesmo balaio carne vermelha e carne
processada. Você estava falando que o estudo EPIC dividiu essas duas coisas,
mas grande parte dos estudos colocam no mesmo balaio. Colocam salsicha, que é
feita de papel e sabe lá o quê, junto com bife no mesmo balde. Aí avaliam de
forma semelhante.
Dr. Souto: Pode até ser que a salsicha ou que o salame aumentem o risco
de câncer colorretal, mas a minha hipótese é outra. A minha hipótese é que nem
mesmo a salsicha cause câncer colorretal. As pessoas não comem a salsicha pura.
Rodrigo Polesso: Exato.
Dr. Souto: Elas comem salsicha dentro de um pão, com maionese feita
com óleo vegetal, tomando Coca Cola normal, tomando um milk-shake depois. Então,
assim, o típico consumidor em altas quantidades de carne processada consome a
carne processada dentro de 80% de carboidratos refinados, batata frita frita no
pior óleo possível. E aí a culpa é da salsicha.
Rodrigo Polesso: Os problemas são muitos. Isso que a tente está
apontando.
Dr. Souto: Isso me lembra do Assem Malhotra fazendo a comparação no
artigo dele sobre colesterol que ele dizia assim… Isso aí é a mesma coisa que
a gente falar o seguinte… Sempre que tem fogo, tem um lugar pegando fogo, a
gente enxerga o pessoal, aqueles carros vermelhos e vestidos com aquele
uniforme. Conclusão: os bombeiros devem ser os culpados por todos os incêndios.
Eles estão sempre lá.
Rodrigo Polesso: Exatamente. É o mesmo raciocínio. A gente vai
falar em seguida… Outra coisa que mostra de uma dieta cetogênica por exemplo…
Mas antes de contar isso, vamos ver o caso de sucesso. A notícia boa de sempre.
A Sônia Virgínia mandou para a gente. Ela falou: “Eu iniciei o desafio dos 30
dias com 84,6 quilos e terminei o desafio com 78,5 quilos.” São 30 dias. Ela
falou: “Perdi 6,1 quilos e ganhei disposição e bons hábitos. Na primeira semana
perdi 4,4 quilos. Iniciei a fase 2 nessa segunda. Fico muito feliz de ter
entrado nesse processo, pois sinto que será algo definitivo.” Então, novamente,
mudança rápida, adaptação rápida do corpo. E quando você emagrece certo, você
emagrece sentindo-se bem. Esse é um ótimo sinal de que você está no caminho
certo. Nesse mesmo período… Ela eliminou, então, em 30 dias 6,1 quilos e 10
centímetros de cintura, 4 centímetros de peito, 3 centímetros de quadril e vai
ainda com outras medidas. Então, coisa grande. Parabéns à Sônia. Obrigado por
ter compartilhado com a gente. Se você quer seguir o mesmo processo que ela
está seguindo, entre em CodigoEmagrecerDeVez.com.br. É um programa completo de
emagrecimento baseado em ciência que te leva passo a passo até a sua forma
ideal. Maravilha. Vamos lá. Um estudo feito em 27 pessoas com esclerose
múltipla comparou os impactos de uma dieta mediterrânea com uma dieta
cetogênica nessas pessoas, sendo ambas dietas isocalóricas, ou seja, ambas
dietas com a mesma quantidade de calorias. No final de 4 meses, várias coisas
foram medidas, mas em destaque estão a sensação de fome e também massa
muscular. A conclusão do estudo foi a seguinte: “A dieta cetogênica aumenta a
massa magra e diminui inflamação e oxidação, possivelmente como uma
consequência do aumento da saciedade e diminuição da fome em pacientes que têm
esclerose múltipla.” Olha que coisa interessante, pessoal. Esclerose múltipla é
uma coisa extremamente triste. Pessoal que não conhece… A pessoa fica
basicamente imóvel. Uma dieta cetogênica, que é uma dieta que, digamos tenha mais
valor nutritivo… Menos tóxica… É capaz de aumentar a massa magra dessas
pessoas também e diminuir a inflamação. Notoriamente a Terry Wahls, né, Dr.
Souto, que a gente sempre fala… Ela tinha esclerose múltipla, ela andava de
cadeira de rodas e ela defende a todos os ventos a dieta cetogênica hoje em dia
porque ela se curou da esclerose múltipla com isso aí. E se for pensar, uma
dieta cetogênica é uma dieta que tende a ser mais baixa em toxinas no geral. E
é mais uma prova que o supercombustível do corpo não é necessariamente a
glicose. A gente não precisa do carboidrato para não desmaiar. Muita gente
acha… Não precisa do arroz para não desmaiar durante o dia. O corpo consegue
sim se nutrir muito bem de forma estável, de forma não tóxica com a gordura que
você ingere. E dietas cetogênica vêm sendo usadas há mais de séculos por
pessoas com problemas mentais variados… E pessoas com Alzheimer também estão
hoje em dia se beneficiando disso. É inegável que exista um componente da dieta
cetogênica que é extremamente benéfico ao corpo, não necessariamente pode ser
atingido só com… Ou conseguido, aproveitado, somente com uma dieta
cetogênica, mas uma dieta que seja baixa em toxinas e alta em nutrientes, alta
em gorduras de qualidade, enfim, proteínas de qualidade. Mas é interessante.
Achei muito interessante que as pessoas ganharam massa magra simplesmente
mudando a dieta nesse estado de esclerose múltipla.
Dr. Souto: Esse artigo tem duas coisas bem interessantes de
comentar. Uma delas é isso que você salientou que se há uma área dentro da
medicina na qual a dieta cetogênica parece trazer benefícios são as doenças
neurológicas e as doenças neurodegenerativas. Lembrando que a dieta cetogênica
foi desenvolvida nos anos 20 do século passado não para emagrecer. A dieta
cetogênica foi desenvolvida para o tratamento da epilepsia, porque os médicos
da época observaram… Fizeram uma observação extremamente perspicaz de que
crianças com epilepsia… Lembrem… Essa era uma época em que não existia
medicação para epilepsia… Melhoravam em jejum. E aí eles tentaram imaginar o
que que caracteriza o jejum que poderia estar beneficiando. Então… Eles já
sabiam que em jejum o corpo tinha quantidades menores de glicose disponível e
entrava num estado de cetose. Isso já se sabia nos anos 20. Então, como nós
poderíamos fazer uma dieta que mantivesse essas crianças num estado metabólico
semelhante ao jejum, mas comendo. Elas não podiam ser mantidas em jejum
indefinidamente, embora o jejum abolisse as convulsões. E aí se desenvolveu a
dieta cetogênica que foi utilizada com muito sucesso por tratamento de
epilepsia até o advento dos medicamentos. E hoje em dia está novamente sendo
utilizada bastante especialmente na Johns Hopkins que tem lá a Charlie
Foundation. A gente já falou aqui no podcast. Quem não assistiu, existe um
filme mais antigo com a Meryl Streep chamado Pela Vida do Meu Filho em
português. Vocês devem encontrar isso aí às vezes para vender ou então de
repente para baixar na internet. Pela Vida do Meu Filho é o nome do filme. Já
está novamente sendo usado então bastante especialmente para aquelas crianças
que não respondem ao tratamento medicamentoso. Ou seja, uma terapia tão
poderosa que quando falha o remédio, muitas vezes a cetogênica é a solução. Bom,
mas não é só para epilepsia. Começou-se a se ver que outras doenças que
respondiam ao tratamento com drogas antiepiléticas… Então, por exemplo, as
mesmas drogas que se usam para epilepsia se usam para a estabilização do humor,
para transtorno bipolar… Estão pintando relatos de caso de pessoas que
melhoram com cetogênica nessa situação. E tem se visto melhora em Parkinson.
Isso já está publicado. Tem se visto melhora em Alzheimer. Isso já está
publicado. Agora, então, esse estudo aí sobre esclerose múltipla. São todas
doenças nas quais supõe que haja um problema no metabolismo cerebral da
glicose. E aí, poxa, o que pode ser melhor do que oferecer para esse cérebro um
combustível alternativo? E o cérebro pode rodar até 75% da sua necessidade
calórica fornecida por corpos cetônicos. Então, dá para substituir boa parte. Bom,
esse é um aspecto. O outro que está escondido nesse estudo, mas que não custa a
gente salientar porque é um dos outros mitos esses que é tão repetido que as
pessoas acham que é verdade… É o seguinte… O problema é que se eu não tiver
carboidrato nenhum na dieta o corpo vai queimar músculo para fornecer glicose.
Não é isso que dizem?
Rodrigo Polesso: Dizem sim.
Dr. Souto: Vou dizer para vocês… Pode até ser que seja verdade,
mas vai queimar o músculo do boi, não da pessoa. Então, nesse estudo, as
pessoas que fizeram a cetogênica tiveram aumento de massa magra, porque elas
estavam comendo mais proteína, né, pessoal? Então, porque o corpo estaria utilizando
os aminoácidos do próprio corpo para gerar glicose se o corpo pode fazer isso
com os aminoácidos da dieta? Então, sim, tem que vir de algum lugar, mas se eu
estou comendo carne, é a carne do boi que está sendo usada para gerar a glicose
na gliconeogênese no fígado e não a minha carne. Então, o que gera perda de
massa magra é falta de proteína, especialmente falta de proteína de alto valor
biológico, ou seja, proteína animal. É uma bobagem repetida mil vezes. Nós já
citamos no podcast. Está lá no seu blog estudo mostrando que pacientes…
Pacientes não… Voluntários fazendo cetogênica e crossfit não têm perda de
força e de massa magra, mas perdem gordura. Que ginastas da seleção olímpica de
ginástica da Itália mantiveram a performance e a força, mas perderam percentual
de gordura em cetogênica. Nós temos inclusive um ensaio clínico randomizado em
mais de 150 pessoas por 1 ano mostrando que o grupo low carb perdeu mais
gordura e menos massa magra do que o grupo low fat. Então, a gente já sabe que
isso é mentira, mas isso continua sendo repetido. É o esquema Goebbels aquele:
fale uma mentira muitas vezes e as pessoas acabam tomando ela como verdade.
Então, esse estudo não deixa de complementar o anterior.
Rodrigo Polesso: Com certeza. Tem duas coisas que eu sei que com
certeza fazem acontecer um catabolismo muscular. Uma delas é não utilizar os
músculos, ou seja, ficar sedentário completamente. Os músculos são tecidos
caros. Eles vão ser degradados. E outra coisa é o veganismo. Enfim. Só para não
deixar. Tinha que ter colocado nesse podcast também. Chegou a hora de falar o
que a gente comeu no almoço. Agora você acabou de almoçar, então manda lá o que
você degustou.
Dr. Souto: Então, olha só. Eu estava chegando de um voo quando eu
fui gravar esse episódio. E eu estava em quase 24 horas de jejum. Então, estava
com fome. E aí é aquela situação… A gente fala para muita gente… As pessoas
dizem… O problema de fazer esse tipo de alimentação é que você está com fome,
chega no aeroporto… Vai comer o quê? Então, sou obrigado a comer um
croissant. Não, não é obrigado a comer um croissant. Primeiro que daria para
esperar para chegar em casa e comer. Eu optei por comer no aeroporto, porque no
aeroporto de Curitiba tem um Madero. Eu vou fazer propaganda para o Madero aqui
porque eu acho legal uma coisa que já me aconteceu mais de uma vez lá que é
pedir um hambúrguer… E pedir… Posso comer esse hambúrguer sem o pão? E não
era aqueles que tem o hambúrguer no prato que já é sem o pão. Eu pedi um que
originalmente vem com o pão, porque eu queria um que tinha duas carnes. E aí
pedi. O garçom nem pisca, só confirma se é isso mesmo e traz ele num pratinho
com todos os seus conteúdos ali no pratinho sem o pão. Quer dizer, não custa a
gente pedir para o garçom para fazer uma adaptação. Praticamente qualquer
estabelecimento concorda com isso. Hoje em dia, cada vez mais porque as pessoas
já reconhecem que os indivíduos têm suas necessidades individuais. No meu caso
é porque eu não quero comer pão, mas poderia ser um celíaco que não pode comer
pão. Poderia ser um diabético que não pode comer pão. Então, eu acho que não só
a gente tem que pedir para quem está nos atendendo se acostume com esse tipo de
coisa, para que isso cada vez mais seja levado de uma forma normal, mas também
fazer o elogio pelo respeito que o estabelecimento tem pelas pessoas que querem
o prato modificado.
Rodrigo Polesso: Isso é legal. Está ficando cada vez mais comum
mesmo. Cada vez mais gente, por dois motivos. Um que a consciência está sendo
ampliada em termos de coisas que não fazem bem e outro mais negativamente seria
o aumento das alergias que o pessoal está tendo, estão desenvolvendo cada vez
mais alergias porque o corpo está cada vez mais fraco, cada vez mais tóxico e
as pessoas acabam tendo esse problema de alergia. Então, essas duas coisas.
Cada vez sim está mais comum. Fora do Brasil é extremamente comum você alterar
seu pedido por causa de qualquer restrição alimentar que você tenha. Inclusive
às vezes eles pedem sem você mesmo indagar… Eles já pedem para confirmar.
Então, não tenha vergonha não. Dá para se adaptar com certeza. De almoço hoje
eu coloquei na chapa aqui um baita de um bife e também um fígado de galinha
orgânico do lado ali… E fica a dica para os fortes… Para os fortes, não
para os fracos… O fígado de galinha, se você não cozinhar ele demais… Você
deixa ele suculento, um pouquinho róseo, ele fica um pouco doce… Advinha? O
fígado é onde tem a maior quantidade de glicose na carne do boi, ou da galinha,
no caso. Ele tem um fundo de gosto doce. Que maravilha. É uma sobremesa. Quando
eu falo que é sobremesa, não estou brincando não. Eu sei que o pessoal acredita
que sobremesa tem que ser brownie ou sorvete, mas um figadozinho bem feito,
pessoal… Como eu falei, é para os fortes. Eu sei que a maioria está torcendo
o nariz agora, mas paciência. Tem tempo nessa vida. Então, beleza. É
basicamente isso, então. Agradeço a todo mundo. Siga a gente no Instagram. Siga
lá o Dr. Souto em @jcsouto. Me siga lá em @rodrigopolesso. E também a
@ablc.org.br. E conheça a Tribo Forte. Tenha acesso a todas as gravações dos
eventos lá, as receitas. É só você entrar em TriboForte.com.br. Não falta
recurso para você ser a melhor versão de você mesmo. A gente se fala na próxima
semana, Dr. Souto. Obrigado e até lá.Dr. Souto: Obrigado. Um abraço
e até semana que vem!