Bem vindo(a) hoje a mais um episódio do podcast oficial da Tribo Forte!
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Neste episódio:
- O que pode aumentar ainda mais os riscos de mortes e complicações por COVID;
- Recomendações dietéticas para quem tem colesterol alto;
Escute e passe adiante!!
Saúde é importante!
OBS: O podcast está disponível no iTunes, no Spotify e também no emagrecerdevez.com e triboforte.com.br
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Ouça o Episódio De Hoje:
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Caso de Sucesso do Dia
Referências
Estudo Publicado no Jornal Diabetes Care
Revisão Publicada no BMJ
Transcrição do Episódio
Rodrigo Polesso: Olá, bom dia, boa tarde para você! Esse é o episódio número 234 aqui do podcast oficial da Tribo Forte, sua dose semanal de estilo de vida saudável, emagrecimento, saúde e nutrição baseada em evidência. Hoje a gente vai falar aqui o que pode aumentar em mais de 3 vezes o risco de complicações e morte por covid, o que ressalta outras coisas também, e também das recomendações dietéticas a quem tem colesterol alto, né, que é uma coisa que a gente vem escutando a muito tempo. Doutor Souto, bem vindo a esse episódio! Tudo certo por aí?
Dr. Souto: Tudo certo! Bom dia Rodrigo! Bom dia aos ouvintes!
Rodrigo Polesso: Então pessoal, vamos lá então! Tem um estudo recém-publicado, dia 25 de agosto agora, no Journal Diabetes Care, conduzido pela Tulane University, em Nova Orleans, nos Estados Unidos, tá com a seguinte manchete: “Síndrome metabólica foi associada a piores desfechos para pacientes com covid-19”, eles disseram que pacientes hospitalizados com covid, que tinham já uma combinação de alta pressão sanguínea, obesidade, diabetes, tinham mais três vezes chance de morrer da doença, segundo este novo estudo. Como o líder do estudo do falou: “juntos, , diabetes e pré diabetes, alta pressão arterial e níveis anormais de colesterol, são todos marcadores preditivos de alto índice de morte nesses pacientes de covid”. Ele fala que quantos mais desses marcadores você tem, pior será o desfecho. Eles falaram que eles seguiram o desfecho de 287 pacientes que foram hospitalizados com covid-19 na Tulane Medical Center, na Universidade deles, em Nova Orleans, entre os dias 30 de Março e dia 5 de Abril, que foi o bico da pandemia em New Orleans. Mais de 85% dos pacientes foram identificados como negros, e também a idade média foi 61 anos, e também quase 57% deles eram mulheres. Falam que as condições mais comuns dentre essas pessoas que foram hospitalizadas foi hipertensão, 80% deles tinham hipertensão, 65% tinha obesidade, 54% diabetes, e baixo HDL 39%. Eles falam que quase 66% dos pacientes do estudo tinham síndrome metabólica, quando esses pacientes foram comparados com pacientes sem a condição de síndrome metabólica eles viram que 56% dos pacientes que tinham síndrome metabólica precisaram ser colocados na UTI, enquanto somente 24%, ou seja, menos da metade dos pacientes sem síndrome metabólico precisarão entrar na UTI, também 48% desses pacientes com síndrome metabólica precisaram entrar no ventilador, e somente 18% daqueles que não tinham, e ainda 26% daqueles que tinham síndrome metabólica acabaram sucumbindo e morreram, e 10% somente o pessoal sem síndrome morreu. Eles falaram que a gente recomendaria que todas as pessoas… (essa é a conclusão dele né, do líder) ele fala que eles recomendam que todas as pessoas que tenham esses critérios da síndrome metabólica, que tenham esses marcadores de síndrome metabólica, que essas pessoas prestem mais atenção e tentem reduzir na sua exposição ao coronavirus. Eu não vi em parte alguma eles falarem que você pode melhorar muito a sua a síndrome metabólica, pode reverter isso aí, sair desse grupo e automaticamente reduzir, segundo eles, em mais de três vezes o risco de complicações e morte do coronavirus, que não é só o coronavirus, é outra infecção, é outra bactéria, é outra coisa aqui… então, você pode ficar a vida inteira fugindo dessas ameaças que fazem parte da vida, ou você pode talvez atacar a raiz do problema aqui, segundo o podcast da Tribo Forte, melhorando a sua condição e não entrando mais nesse grupo da síndrome metabólica, e assim aumentando a sua chance de saúde em todas as áreas, em termos de todas as ameaças que a gente tem e vai enfrentar ao longo da vida. Doutor Souto, mais uma vez a gente vê isso que a gente já sabia né, que pessoas doentes tem mais chance de sucumbir a qualquer doença, mas o interessante é que mais uma vez eles focam nessa questão né, então vamos tentar controlar a ameaça e não controlar o que está sob o nosso controle, que no caso, são os nossos hábitos para tentar reverter essa síndrome metabólica, ou pelo menos melhorá-la e assim melhorar a nossa chance em todos os aspectos.
Dr. Souto: É, pois é, o artigo tava indo tão bem até aquele ponto né… E tem dois aspectos legais para gente salientar, o primeiro é assim: várias vezes a gente falou aqui, todo mundo já ouviu falar, que a obesidade é um fator de risco para um quadro mais grave de covid-19 e eu mesmo já tinha comentado aqui no podcast que eu tinha minhas dúvidas se o problema era a obesidade em si ou se a obesidade estava sendo um marcador de saúde metabólica ruim. Então, esse artigo vem a corroborar essa ideia de que mais importante do que a obesidade em si é saber como que tá o estado metabólico da pessoa, porque veja, até 40% das pessoas com síndrome metabólica não são obesas, então você pode estar no sobrepeso leve ou até estar com o peso normal, por exemplo, uma coisa que nós discutimos num outro podcast é que pessoas de origem do sul da Ásia e do Sudeste Asiático elas podem desenvolver resistência à insulina e síndrome metabólica e diabetes com o IMC entre 23 e 25, que para os ocidentais seria considerado normal, então, o Doutor Malhotra sempre diz que não existe peso saudável, a pessoa tá saudável ou não tá, a pessoa pode estar com o peso normal pelo critério do IMC, mas não está saudável…
Rodrigo Polesso: Inclusive, só adicionando um ponto que você falou Dr Souto, um dos marcadores para a gente tirar em casa, cintura né, quantos centímetros a nossa cintura tem, no caso, o próprio Malhotra falou que você tem que ajustar essa medida se você é do Sudeste Asiático, por exemplo, se você é chinês, se você é lá da parte da Tailândia, Vietnã, e etc… Então, você precisa ter menos medida ali, uma medida menor na cintura para mostrar para os problemas equivalentes à sociedade do oeste do mundo moderno. Então, realmente você falou certo, as pessoas não engordam muito, mas mesmo assim elas acabam tendo os mesmos problemas com menor sinal de alerta, digamos assim, na cintura
Dr. Souto: Antes de gente gravar, você Rodrigo falou, colocou no WhatsApp ali uma coisa interessante que é: que para fazer uma manchete que fala em obesidade é mais fácil, pega mais fácil do que falar em síndrome metabólica, que as pessoas muitas vezes não sabem o que que é, e você vai ter que explicar e ocupar metade do artigo explicando o que que é síndrome metabólica… Se você que está nos ouvindo estava vivendo sobre uma pedra nos últimos anos ou começou a ouvir o podcast somente agora, vamos relembrar: síndrome metabólica é um conjunto de alterações relacionadas à resistência à insulina, que inclui pelo menos três dos seguintes, pressão alta, glicose acima de 100, ou pode ser usar remédio para pressão, ou usar remédio para glicose, aumento da circunferência abdominal, que como o Rodrigo tava falando daqui a pouco pode variar de uma etnia para outra, mas enfim, o acúmulo de gordura na região da barriga, o HDL que é o colesterol bom baixo, e os triglicerídeos altos, se você tiver qualquer uma dessas coisas, se você tiver pelo menos três dessas coisas a gente já tem esse diagnóstico de síndrome metabólica, e isso aí tá associado com inflamação, com a imunidade pior, então você não tá só em risco maior de ter um desfecho ruim com covid, você tá em risco maior de ter desfecho ruim com um monte de coisa. Então, eu achei legal eles salientarem. E aí chega esse momento onde “bom, e o que nós vamos fazer com essa informação?” Nossa, ficar presos dentro de casa o mais protegido possível, porque afinal nós temos síndrome metabólica e não temos nada para fazer quanto a isso, claro, as pessoas que tem risco tem que se proteger mais, mas o artigo deveria, na nossa opinião, né Rodrigo, ter salientado que síndrome metabólica não é como uma doença hereditária, que você herdou ou teve má sorte, teve um gene ruim, não é destino selado, a síndrome metabólica é uma coisa que pode ser revertida. Eu hoje, cerca de uma hora e meia atrás, antes da gente começar a gravar, recebi uma mensagem de uma esposa de um paciente meu, paciente diabético, síndrome metabólica assim 5 estrelas, com tudo da síndrome metabólica constando, barriga pronunciada, então esse paciente colocou um monitor contínuo de glicose, começou uma dieta de baixo carboidrato, e com questão de menos de duas semanas a glicose dele já está normal, ou seja, em menos de duas semanas ele já está com os níveis de glicose que eram níveis próximos de 200, na faixa da normalidade. E aí a mulher dele me disse o seguinte Rodrigo: “olha só, ele anda se queixando de tontura e a gente mede a pressão e a pressão está baixa”. Então, isso aí é o que? É o efeito colateral de uma dieta low carb? Não, isso é a reversão da síndrome metabólica. Ele usava dois remédios para pressão, subitamente esses dois remédios são demais, ele já não precisa, eu pude tirar um deles e reduzi o outro pela metade. Então, se nós somos capazes de colocar o diabetes em remissão em poucas semanas, de conseguir tirar remédio para pressão em poucas semanas, imaginem o que o corpo humano é capaz se a gente der uma alimentação correta, um estilo de vida correto por um período de 2/3 meses, é absolutamente impressionante, então, eu achei a mensagem um pouco de derrotista né, de “nossa, síndrome metabólica tá associada com risco maior de covid e outras doenças e portanto o que você tem que fazer é ficar ainda mais recluso”. Tudo bem que a pessoa tem que se cuidar, mas ao mesmo tempo não seria o momento de dizer “olha, esse é um belo de um motivo para você mudar sua alimentação, porque síndrome metabólica não é destino”.
Rodrigo Polesso: É.A gente podia pensar nisso de várias formas, de uma pessoa saudável não alimenta a indústria da saúde, a indústria da doença, e tem também a questão do medo que a mídia tá aí sempre aumentando, suplementando a gente com medo diariamente, quem vê a mídia por aí, a gente sabe que o medo também ataca o nosso sistema imunológico, então, isso junto com síndrome metabólica, junto com ficar em casa trancado, colocando até máscara no cachorro, esse tipo de coisa você começa a o que? Não ganhar nada, você começa só perder, porque depois desse tem o fungo do banheiro, tem aquela bactéria que vem depois, tem o resfriado do ano que vem, tem várias coisas… a gente pode ficar correndo a vida inteira ou a gente pode fazer alguma coisa simples e saborosa, não é verdade Dr. Souto?! Que a gente pode melhorar nossas chances em todos esses aspectos, e diminuir o medo também porque a gente vai ter um escudo mais forte agora, então eu acho que essa deveria ser realmente a mensagem.
Dr. Souto: É. Existem algumas poucas doenças genéticas que realmente são determinísticas, pega a doença de Huntington, aquela doença neurológica degenerativa, que é passada de pais para filhos, pais que eu digo tanto faz pai ou mãe, e é autossômica dominante e se você tem aquele gene você vai desenvolver a doença… então, existem poucas doenças que têm esse comportamento, a esmagadora maioria das patologias Crônicas e degenerativas que afetam o ser humano, o que você herda são pré-disposições, você pode estar mais predisposto a ter síndrome metabólica ou menos, como um exemplo que nós estávamos falando né, dependendo da sua origem étnica você pode ter que engordar mais até adoecer ou se você engordar só um pouco você já desenvolve a síndrome metabólica, mas você sempre tem a opção de não engordar ou de emagrecer se você mudar a sua alimentação e parar de basear a sua alimentação em comida processada, em açúcar e farinha, então é mais ou menos o assunto que eu tava conversando com um colega médico esses dias que disse assim: “olha, eu não costumo pedir exame de insulina, exame de sangue, porque não vai mudar minha conduta”, eu digo: “Olha, mas eu acho que muda porque se nós sabemos quem resistência à insulina é maior vamos cuidar mais essa parte de estilo de vida, além do que, a gente tem como saber se tá melhorando e ir acompanhando, e outra coisa, até para medicamento, tem determinados remédios são os inibidores da SGLT2 que você vai usar se a insulina tiver mais alta, mas não vai usar se ela tiver mais baixa, e aí a resposta do colega endocrinologista foi assim: “bom, mas não tem um remédio para baixar insulina”.
Rodrigo Polesso: Exatamente! É o viés de médico, não adianta.
Dr. Souto: Não tem mesmo, e você baixa, baixa ela muito, baixa ela fácil, baixar ela rápido, mudando seu estilo de vida, então parece que não há o que fazer se não tiver um remédio para aquilo. Sim, eu não tenho um remédio que cura a síndrome metabólica, agora eu consigo botar síndrome metabólica em remissão em pouco tempo com uma mudança de estilo de vida, mas parece que se não tem um remédio para aquilo, não tem solução.
Rodrigo Polesso: Exato! É aquela questão né, a minha prescrição para você é: você ir mais a churrascaria e menos na panificadora, basicamente. Que não é sofrimento de jeito nenhum!
Dr. Souto: Exatamente!
Rodrigo Polesso: Bom pessoal, como vocês sabem as coisas estão erradas bastante em várias áreas do mundo, também nessa questão que a gente tá falando de síndrome metabólica, e também na questão de recomendações dietéticas como a gente vai ver agora… Em termos de alto colesterol e recomendações alimentares, uma revisão recentemente publicada no British Medical Journal, autorado pelo cardiologista britânico Aseem Malhotra, que a gente fala diversas vezes aqui, na Universidade do Sul da Flórida, tem a seguinte manchete, eles falam: “recomendações dietéticas para pessoas com hipercolesterolemia familiar, uma área livre de evidências” Ele usou de novo esse termo né “uma área livre de evidências”, ou seja, as recomendações dietéticas para pessoas com colesterol alto estão baseadas em nada, basicamente, um deserto de evidências, eles falam. Eles analisaram as recomendações para pessoas que apresentam altos níveis de colesterol e a norma é se recomendar o que todo mundo já sabe: baixo consumo de gordura saturada e baixo consumo de colesterol, mas segundo os autores não existe evidência alguma para certificar isso e também não existe evidências de que isso irá diminuir o risco cardiovascular dessas pessoas, aliás isso vem em luz, no episódio passado a gente falou, naquelas metanalises do estado da arte que foi publicada sobre a gordura saturada mostrando exatamente isso, a melhor revisão de evidência possível sobre gordura saturada mostrando que não reduz risco cardiovascular e etc… Enfim, isso só vem a corroborar. Daí os autores categorizam essas pessoas, como essas pessoas que estão com alto colesterol, anormal no corpo, eles categorizam elas como intolerantes à carboidratos, ao invés, e não intolerantes a gordura, eles analisaram as pessoas que desenvolveram doença cardíaca, dessas pessoas e as pessoas que tem alto nível de colesterol e viram que essas pessoas se encaixam no diagnóstico do que? De síndrome metabólica, o que é resistência à insulina, que é basicamente intolerância a carboidratos, pelo menos temporária. Então eles vão dizendo aqui que o invés de reduzir gordura saturada e reduzir colesterol na dieta, como todo mundo recomenda, como é a norma, eles sugerem que a redução seja do que tá causando problema, como a gente já falou, dos refinados, carboidratos processados e etc, porque assim a gente vai conseguir voltar essas pessoas a saúde. E na verdade, na minha opinião, é uma das piores coisas que você pode fazer para uma pessoa que tem síndrome metabólica é sugeri que ela retire colesterol e retire a gordura saturada, que basicamente isso se traduz em: retire os alimentos mais nutritivos do planeta Terra. Então quando você os retira, o que sobra? Vai sobrar pão refinado, massa, que é tudo aquilo que na cabeça dos governos parece ser saudável e acaba só catalisando esse processo, essa espiral negativa, e piorando a situação dessas pessoas. Então, mais uma pedra aí nesse monte gigantesco de pedras nesse sentido, Doutor Souto.
Dr. Souto: É, esse paper, ele é um paper era para sacudir um pouco, para levantar hipóteses, na verdade, como eles bem colocaram, assim, não é uma questão de que a gente tem a evidência no sentido oposto, a gente não tem evidência. Então, o que está se fazendo é se basear em mecanismos e tem uma frasezinha que eu gosto, que eu volta e meia repito aqui, que é assim: “os mecanismos pavimentam o caminho para o inferno”. Muitas vezes no passado, na nutrição em particular, as pessoas pensando em mecanismos pelos quais determinada coisa deveria ou não deveria funcionar, chegaram a conclusões erradas, então, por exemplo, você começa a pensar no colesterol que você encontra na placa de aterosclerose, então se você comer menos colesterol você vai ter menos chance disso acontecer. Tá bem, é um mecanismo que poderia ser verdade? Pode, mas aí a realidade é que o colesterol você come pouco altera o colesterol do sangue, o colesterol do sangue isoladamente não tem muita correlação com se você vai ter aquela placa ou não, você precisa ver as frações, você precisa ver se a pessoa tem resistência à insulina, se não tem, e o problema é o seguinte, depois que uma determinada perspectiva se torna dominante, que começa a virar um pensamento único, como é que você vai gerar evidências? Porque as agências reguladoras, não as agências reguladoras, as agências que controlam os fundos para pesquisa, então nos Estados Unidos, por exemplo, eu e NIH, National Institute of Health, no Brasil seria o CNPQ, essas agências que tem fundos para fornecer dinheiro para pesquisa. Você vai submeter uma proposta de uma pesquisa, mas a pessoa que vai avaliar se essa sua proposta merece receber dinheiro ou não, é uma pessoa que ela já tem a cabeça feita pelo pensamento vigente. Então, esses dias eu tava ouvindo, acho que era o Dr Eric Westman falando no podcast, o Eric Westman é um sujeito que assim, quando nós estávamos aí, nem pensavamos em low carb, nem eu, nem o Polesso, o Erick em 1996 já tava abrindo a sua clínica para tratamento de obesidade, com low carb na Duke University, bom, o Eric Westman estava justamente dizendo: “Olha, é muito complicado conseguir dinheiro do NIH para fazer essas pesquisas, as propostas são rejeitadas”. Então, acaba que agora as pesquisas tão saindo do dinheiro privado. É o que acontece com o Virta Health, aquela companhia Americana que usa low carb para o tratamento do diabetes, então a Virta vem publicando já alguns anos agora os seus resultados, mas eles usaram dinheiro privado para fazer isso aí, porque se dependesse das agências financiadoras de pesquisa… é difícil. Então, a gente se encontra numa situação em que há um paradigma que claramente não tá funcionando direito, existem ideias novas que podem trazer uma luz nova, no entanto, essas ideias acabam tendo muito dificuldade, o pessoal acaba criticando “poxa, é um estudo pequeno, fizeram estudo com 20 pacientes”, sim, mas é que não tem fundos para fazer um estudo com 500 pacientes.
Rodrigo Polesso: Exatamente! E esse é só mais um estudo também, que a gente falou, não dá para ignorar para sempre. E uma coisa pessoal, para lembrar, essa questão do colesterol é um dos mitos mais antigos que são ainda vigentes aí, vai andar na rua e perguntar para as pessoas: “ah, têm o colesterol alto, o que não pode comer?” Ela não pode comer carne, não pode comer banha, não pode comer manteiga… isso todo mundo já sabe disso, infelizmente, está errado, e na verdade, a gente já contou a história disso várias vezes, o Ancel Keys, lá atrás, depois do infarto do Eisenhower, que ele foi estudar e achou justamente isso, “ah, tem placas nas artérias, é colesterol, então tem que comer menos colesterol”… só que o mesmo Ancel Keys, que foi aquele que popularizou tudo isso, acabou antes da morte dele dizendo que realmente tudo estava basicamente errado, não existe conexão nenhuma entre o colesterol da dieta e o colesterol que você encontra nas artérias do corpo. Então, até ele reverteu isso tudo, mas como você bem disse: uma vez que essa bola de neve cresce, ela ganha momento para continuar rolando por si só, e aí o que acontece? Como a gente vai conseguir reverter isso? Só escutando Tribo Forte!
Dr. Souto: É isso aí! Antes da internet, porque hoje todo mundo conhece o termo meme como normalmente sendo uma figura ou alguma frase engraçada, mas o meme foi uma ideia do Richard Dawkins, um biólogo , que estuda evolução, o Dawkins ele disse assim: assim como os , você tem genes que conferem vantagens e eles começam a ter mais cópias de si mesmo e se tornam genes dominantes, isso ocorre no mundo das ideias também, eles são os memes, então meme é que nem o gene, mas no mundo das ideias, ele acaba sendo uma ideia que tem vantagens evolutivas, e veja, vantagem evolutiva não significa que ela seja uma ideia boa, tá, isso é muito interessante, o livro chama-se O Gene Egoísta, é um livro antigo, livro que foi escrito nos anos 70, é espetacular, vocês devem ler, e lá ele explica que um vírus, por exemplo, também é um gene que teve sucesso, esse vírus que anda rolando por aí, o covid-19, ele com certeza tem um conjunto de genes de auto sucesso, então ter sucesso não significa ser bom, ter sucesso é fazer mais cópias de si mesmo. Então, ideias ruins podem ser grandes memes, depois que um meme tem sucesso, como essa história de que tem que reduzir o colesterol na dieta, tem que comer menos ovo e tal, aquilo se solta e vira um vírus que circula por anos e anos e para conseguir erradicar aquilo ali que nem tão erradicando da pólio agora na África, nossa, são décadas!
Rodrigo Polesso: É verdade! Com certeza! E você pode ficar vendo memes por aí ou pode fazer como o Filipe Penteado, ele falou o seguinte, mandou uma foto do antes e depois, ele falou: “Tô passando por aqui para compartilhar meus resultados contigo e te incentivar a nunca parar de ensinar sobre nutrição de verdade. Foram 4 meses e 20kg a menos e principalmente uma total liberdade alimentar. Muito obrigada por tudo!” Parabéns Filipe! Parabéns pela foto do antes e depois! Mostra o resultado claramente, e uma coisa legal que ele falou aqui é liberdade alimentar, é bem isso, você melhorar sua condição, perder peso, como a gente sempre fala aqui, não precisa se privar, não precisa se matar, sofrer, denegrir a sua qualidade de vida, mas o oposto disso, é ganhar Liberdade alimentar, entendendo as poucas simples coisas que fazem e que são responsáveis por essas mudanças todas, e construindo um novo estilo de vida que você pode sustentar a longo prazo, você pode fazer isso sozinho escutando todos os podcasts aqui no Tribo Forte, vendo as centenas de vídeos que eu posto no YouTube semanalmente também, acompanhando a gente nas mídias sociais, ou se você quer uma ajuda estruturada passo a passo você tem a opção de entrar no programa codigoemagrecerdevez.com.br, para você contar com essa ajuda estruturada lá, fica a sua escolha aí. Maravilha! Dr Souto, chegou a hora de você contar o que que você degustou no seu almoço porque agora a gente está gravando depois do almoço…
Dr. Souto: Isso! Então, para felicidade geral, pelo menos minha, reabriu o meu restaurante preferido de grelhados, então eu fui lá, e aí eu fiz uma espécie de um estudo randomizado, cuja pergunta é o seguinte: uma vez tendo limpado o paladar com uma saladinha mista, eu tinha que ver o que era melhor, a picanha, ou entrecot, ou assado de tira… então, eu comi uma certa quantidade de cada um, repetindo para poder tirar a dúvida e tal, cheguei à conclusão que pelo menos no dia de hoje o assado de tira estava imbatível. Para quem não conhece assado de tira, bota no Google e olha as fotos, é uma forma diferente de cortar e comer a costela. Então, sim, só foram testados ruminantes, eu sei que existem outros bichos, mas eu tenho meu viés, eu gosto muito dos dominantes…
Rodrigo Polesso: Não deixa de ser o primeiro ensaio Clínico randomizado aqui do podcast
Dr. Souto: Isso, isso aí! E a conclusão com P menor que 0,001 é que o assado de tira hoje tava imbatível.
Rodrigo Polesso: Maravilha! Que beleza! Maravilha! Hoje eu vou comer bife de bisão, que nem eu falo, eu estou agora na Província de Saskatchewan, aqui no Canadá, e aqui ele exportam um terço 1/3 do trigo do mundo, eles exportam 2/3 das lentilha e das ervilhas do mundo, uma região muito plana, então um clima bom, seco, para o cultivo desse tipo de coisa, então eles exportam aqui basicamente síndrome metabólica, é basicamente isso que eles fazem aqui, mas tem muito gado também, inclusive na Província de Alberta, que fica do lado aqui, tem mais gado do que gente, e aqui tem muito bisão também, então no mercado eu fui encontrar aqui bife de bisão, eu falei: “Com certeza eu vou fazer isso aí”, muito parecido com carne de gado, na minha opinião, mas eu achei bem interessante, uma cor mais parecida com animal selvagem, um vermelho mais escuro, macia, é muito bom, muito interessante, é sempre legal toda vez que o pessoal tiver viajando, que seja uma cidade diferente, tentar ver que tipo de coisa é ofertada naquela cidade, que é coisa local, e tem chance de ser interessante de você provar e também mais saudável, mais fresco, então sempre procuro fazer esse tipo de coisa, e aqui bisão é uma das coisas que eles têm aqui. Então, é isso que eu vou comer hoje, maravilha!
Dr. Souto: Eu nunca comi carne de bisão, mas a carne de búfalo, da forma que você tá descrevendo, deve ser parecida, já comi carne de búfalo, e a carne de búfalo é isso aí, é uma carne com vermelho mais escuro, mas é saboroso, o gosto não é muito diferente do gosto da carne de gado, e todos eles transformam capim em coisas maravilhosas né…
Rodrigo Polesso: São incríveis máquinas transformadoras, exatamente! E a gente vê, eu tava dirigindo aqui, Saskatoon que é a cidade mais do Norte para Regina que é a capital que a gente tá agora, e além de todos os campos de trigo que a gente falou, tinha também muitas vacas nuns lugares que assim você olha e você não vê o horizonte de tão plano que é, e as vaquinhas todas “sendo torturadas”, Doutor Souto, no sol, naqueles ambientes gigantescos, comendo na paz, cercadas, protegidas de qualquer ameaça, de qualquer predador, escorreu uma lágrima no olho, devem estar sofrendo muito, até minha namorada falou: “olha só como as vacas estão sofrendo”
Dr. Souto: Elas com certeza estão aquecendo o planeta né, diferentemente dos aviões intercontinentais, a vaca ali arrotando e tal…
Rodrigo Polesso: Exatamente! Então pessoal, é isso aí! Sigam a gente nas mídias sociais, procure Rodrigo Polesso no Instagram, no YouTube também, Emagrecer De Vez lá, com vídeos semanais, tem a triboforte.com.br você tem acesso a um acervo gigantesco de receitas lá, então depois você pode voltar e dá uma olhadinha nessas coisas que eu tô falando, que são muitos recursos para você curtir aqui, tem o Doutor Souto no telegrama, o Dr Souto, está no Instagram também, tem ablc.org.br, é muita coisa aí pessoal! Se conecte, vamos seguir em frente juntos, a melhor forma de motivar outras pessoas é sendo exemplo, nós mesmos, da mudança! Maravilha! Doutor Souto, obrigado então por esse papo, e a gente se fala semana que vem sem falta!
Dr. Souto: Obrigado! Até a próxima!