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Neste podcast:

  • Resultados de um estudo sobre carne processada e não processada;
  • Relação sobre gordura na dieta, saúde e emagrecimento;
  • Pergunta da comunidade sobre carne;

Escute e passe adiante!!

Saúde é importante!

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Quer Emagrecer De Vez? Conheça o programa Código Emagrecer De Vez

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Abaixo eu coloco alguns dos resultados enviados pra mim por pessoas que estão seguindo as fases do Código Emagrecer De Vez, o novo programa de emagrecimento de 3 fases que é o mais poderoso da atualidade para se emagrecer de vez e montar um estilo de vida alimentar sensacional para a vida inteira.

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Gabriela
Jean
Jonas
Ness

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Caso de Sucesso do Dia

Referências

Estudo Sobre Carne Processada e Não Processada

Transcrição do Episódio

Rodrigo Polesso: Olá! Bom dia para
você! Pegue seu cafezinho ou seu chá na mão, porque está começando mais um
episódio aqui do podcast semanal da Tribo Forte, a sua dose de saúde e ciência,
nutrição baseada em evidência. Hoje a gente vai falar sobre carne, a gente vai
falar sobre impacto de comida processada. Tem um estudo bacana para mencionar
para vocês sobre isso. Vamos falar da relação da gordura na dieta, saúde,
emagrecimento. Vai ecoar um trabalho brasileiro nesse sentido. Enfim, coisas
bacanas para a gente bater mais um papo nesse novo episódio. Mas antes, deixa
eu dar as boas-vindas ao dr. Souto à mais esse novo capítulo da nossa série.
Tudo bem, dr. Souto?

Dr. Souto: Tudo! Boa tarde, boa tarde
aos ouvintes.

Rodrigo Polesso: Olha só, vamos começar
primeiro com a pergunta que me mandaram de manhã. Eu tenho postado ultimamente
como história no Instagram algumas perguntas que as pessoas me mandam,
porque eu acho que as respostas para elas muita gente precisa ver. Quem mandou
hoje… eu risquei o nome aqui, na verdade, mas a pergunta é a seguinte: “Olá,
Rodrigo, bom dia. Eu estava seguindo a alimentação forte principalmente no
almoço, onde aumentei minha ingestão de carne e me sentia mais saciada. Porém,
eu passei por uma médica que falou que as carnes fazem muito mal, que contém
vermes. E eu queria saber a sua opinião sobre isso. Muito obrigada desde já!”

Dr.
Souto:
Desculpa ter rido!

Rodrigo Polesso: Aí eu respondi o
seguinte, dr. Souto, antes de você dar a sua opinião eu respondi que: a minha
opinião é que essa médica parece ser… enfim, você pode medir as suas palavras,
mas eu não vou medir as minhas, não. Vou ler literalmente o que eu respondi:
“Minha opinião é que ela parece ser extremamente incompetente, não ter a menor
destreza científica e cometer o pecado de propagar uma ideologia alimentar sem
fundamentação. E pior, influenciando irresponsavelmente pessoas de bem como
você.” Porque… enfim, dr. Souto, vermes na carne. E ela vai se sentindo bem,
comendo bem, praticando uma alimentação forte, passa por uma médica que fala
que tudo o que ela está fazendo está errado por causa de um argumento pífio
como esse, que deve ter o que? Uns 200 anos já? Que é o verme na carne. Então,
não sei… Diga a tua opinião sobre isso para salvar o pessoal desse medo!

Dr. Souto: Eu acho que a nossa ouvinte
poderia ajudar essa médica sugerindo para ela que troque o lugar onde ela
compra sua carne. Porque se ela está comprando uma carne com vermes, tem que
chamar a vigilância sanitária!

Rodrigo Polesso: Concordo, concordo! Ou
na beira da estrada, né? Vai saber.

Dr. Souto: É. Ou de repente, existe
agora uma moda nos Estados Unidos que é…

Rodrigo Polesso:Road kill!

Dr. Souto: Exatamente! Road kill.
Vamos dizer, quando você atropela sem querer um animal selvagem. Então, ao
invés de eles deixarem o animal apodrecer lá na estrada, pega o animal e come.
Mas daqui a pouco essa pessoa pode ter pego uma carne que está lá há uma
semana. E depois de ficar ali ao relento uma semana é possível que tenha
vermes, porque as moscas já pousaram, colocaram ovos e tal. Mas assim, comprada
no açougue, refrigerado e tal, não tem vermes. Se a pessoa quiser pegar vermes,
a forma ideal de fazer isso é com salada mal lavada.

Rodrigo Polesso: Isso que eu ia dizer!
É muito mais chance de comer verme com salada, do que com carne.

Dr. Souto: Então, assim, salada, porque
é algo que cresce no chão, na terra. Ali onde é adubado com esterco. Tudo bem,
isso não é um argumento para não comer salada. Quem quiser vai lá, lava a sua
saladinha, mas falando sério, isso é um comentário que agora eu estou falando
para vocês termos médicos. A forma de se pegar vermes é comendo vegetais mal
lavados. Então assim, sim, o Rodrigo acertou na mosca, isso é uma questão
ideológica. A pessoa vai usar qualquer argumento para fazer com que a pessoa
não coma carne, porque ela tem essa religião aí que não permite comer carne, de
modo que usa-se a questão de que os fins justificam os meios. Então, já que o
objetivo dessa médica é que a pessoa não coma carne, por motivos religiosos,
qualquer meio é válido, mesmo mentir. É incrível. E aí vem esse detalhe: poxa
vida, ela estava se sentindo bem! Ela estava saciada. Saiu um artiguinho bem
interessante na NPR. NPR é a rádio pública dos Estados Unidos. Sempre tem uns
artigos bem interessantes. E é um artigo no qual eles estão falando da evolução
humana, isso não é novidade, mas eu achei o artigo muito bem escrito, e eles
relembram o fato de que há 2,3 milhões de anos os nossos antepassados começaram
a ter uma expansão do tamanho do cérebro, a modificação dos seus dentes e a
diminuição do tamanho do intestino. O que aconteceu? Eles pararam de passar até
12 horas do seu dia basicamente, mastigando alimentos nutricionalmente pobres,
pobres em calorias e pobres em nutrientes (basicamente comendo folhas) e eles
começaram a transicionar para uma alimentação baseada em carne. E um detalhe
que nunca tinha lido é que existe um parentesco filogenético muito próximo
entre… eu me lembrei da história por causa dos vermes. Entre os vermes que o
ser humano tem e os vermes que os cães selvagens e as hienas têm. E por que
isso? Porque, na realidade, nós dividimos saliva com esses bichos, porque tanto
as hienas e os cães selvagens, quanto os nossos antepassados estavam lá comendo
as mesmas carcaças na África. Então, o ser humano começou comendo carne não
como caçador, mas provavelmente como um scavenger, aquele que vai lá
recolher o resto da caça que o leão deixou e tal.

Rodrigo Polesso: Oportunista, né?

Dr. Souto: E como é que eles sabem que
era o ser humano? Bom, tem as marcas de dentes das hienas e dos cães selvagens,
mas tem as marcas de instrumentos afiados, de pedras pontudas, de pedras
lascadas que os nossos antepassados usavam para arrancar os pedaços de carne.
Isso aí acabou sendo uma coisa irreversível. Cada vez mais os nossos
antepassados se especializaram, depois aprenderam a caçar, os seus dentes foram
ficando cada vez menores, porque na realidade os instrumentos que nós usamos
são como se fossem dentes externos. Eu não preciso ter dentes afiados se eu
posso fazer uma pedra afiada para cumprir essa função. E o intestino, isso é
uma coisa bem interessante, o cara que melhor escreveu sobre isso é o Richard
Wrangham. Ele tem um livro que está traduzido para o português, o original, se
não me engano, é Catching Fire, em português eu não me lembro se é
Pegando Fogo, ou algo assim. Mas é um livro no qual ele explica que o intestino
é uma das coisas que consome muita energia no corpo. Ou seja, o processo
digestivo que a gente usa para extrair nutrientes e energia, paradoxalmente o
processo digestivo também gasta muita energia. E, se você é um herbívoro, como
eram os primatas antes do ser humano, você tem que ter um intestino gigante
para conseguir digerir toda aquela matéria de planta. Isso significa que tem que
passar a maior parte do tempo comendo, tem que comer um volume muito grande
para simplesmente empatar o gasto energético. E um corpo só não consegue
sustentar um intestino gigante e um cérebro gigante, tem que escolher um.

Rodrigo Polesso: Essa afirmação é bem
legal.

Dr. Souto: Tem que escolher. Então, o
ser humano conseguiu resolver, do ponto de vista evolutivo, essa situação
tornando-se carnívoro e cozinhando os alimentos. Com o domínio do fogo, se não
me engano há 400 mil anos atrás, aí nós realmente começamos a extrair uma
quantidade bem maior de calorias dos alimentos. E esses alimentos ficam fáceis
de digerir depois de cozidos, e para isso, graças a isso, nós conseguimos
encolher muito o tamanho do nosso intestino. E com um intestino menor o corpo
pode ter condições, do ponto de vista energético, de sustentar um cérebro
grande.

Rodrigo Polesso: Exato! Olha só!

Dr. Souto: Então, esse cérebro grande
pode ser usado, ou ele pode não ser usado, por exemplo essa profissional que
disse que a carne tem vermes, tem simplesmente uma massa cinzenta consumindo
calorias dentro da sua cabeça, mas assim… é um ciclo fútil, né? Consome
calorias e só gera calor. Ideia que é bom, não gera nenhuma.

Rodrigo Polesso: Não, e com certeza
está usando muito mais o intestino do que nós.

Dr. Souto: Nesse artigo também tem um
dado muito legal, eu achei sensacional, que diz que o cérebro, grama por grama,
consome 20 vezes mais energia do que os músculos. Então, mais uma vez, no caso
dessa profissional que atendeu essa ouvinte é um ciclo fútil, está consumindo
isso para gerar calor.

Rodrigo Polesso: Exatamente! De 20 a
25% das calorias do corpo são gastas pelo cérebro todos os dias. Vai ver tem
gente que está se achando incomodado por ter uma cabeça pesada com cérebro
grande e está se tornando vegano para tentar diminuir. E funciona, viu? Porque
tem até estudo mostrando, pessoal, diminui o tamanho doo cérebro. Quem tem
dúvida vai lá no YouTube “veganismo emagrecer de vez”, “veganismo
Rodrigo”, porque eu já falei disso, já mostrei, inclusive, evidências dessa
questão. Então é isso. A gente demorou tantas centenas de milhares de anos para
aprender uma coisa, que hoje, por causa de ideologia, a gente quer reverter
toda essa evolução. Está dada a mensagem.

Dr. Souto: Quer ser vegano? Seja. Existem,
por incrível que pareça, já falei aqui, tem lá a dra. Diulus, que foi uma das coautoras
daquele livro de cetogênica para diabetes tipo 1. ela faz dieta cetogênica
vegana. É com suplementação, etc. Mas assim, ela consegue. Agora, não vai
falar… eu ia dizer um palavrão, mas enfim… Não vai falar bobagem para uma
pessoa que está comendo a sua carninha e que está se sentindo melhor, está
emagrecendo, está melhorando do ponto de vista metabólico, está com menos fome.
Então, diz para a pessoa assim, ó: “Eu acho que você não deveria comer carne,
porque eu tenho pena dos bichos.” Mas não vai mentir que tem vermes, né?

Rodrigo Polesso: Exatamente! A gente
deveria fazer uma série sobre carne aqui, porque a gente pode ficar falando até
sem pauta, que sempre vêm assuntos sobre isso.

Dr. Souto: Sempre vêm.

Rodrigo Polesso: Vamos pular para o
próximo aqui. Pessoal, é um estudo bem legal que saiu bem recentemente agora do
Kevin Hall. O título dele é: Dietas ultraprocessadas causam o excesso de
ingestão de calorias e ganho de peso. É um ensaio clínico randomizado feito em
uma clínica, em ambiente fechado. E é o seguinte o que aconteceu: eles pegaram
20 adultos de peso estável e estudaram essa galera internadas na clínica. Ou
seja, o pessoal ficou dentro da clínica, sem ir para casa, dentro da clínica,
ambiente totalmente controlado. E eles passaram a receber aleatoriamente dois
tipos de dieta. Uma não processada e uma outra ultraprocessada, porém, ambas
com a mesma quantidade de proteínas, carboidratos, gorduras, fibras, açúcares e
calorias. Eles foram instruídos a comer ad libitum, a comer quanto eles
quisessem desses alimentos. Ou seja, se satisfazer com a dieta à medida que
eles queriam, comer pouco, comer muito, como eles quisessem. Depois eles
mediram tudo isso aí. Eles iriam seguir uma das duas dietas por duas semanas e
depois a outra dieta para medir. E a ordem que isso acontecia, uma dieta antes
da outra, foi aleatória nesse grupo para ficar mais justo. Eu fui dar uma
olhada no conteúdo suplementar e tem lá os exemplos e fotos, inclusive, da
alimentação, das refeições de cada uma dessas dietas. Então eu vou dar um
exemplo para vocês aqui de um dia típico da dieta ultraprocessada que eles
chamaram, ok? Café da manhã: cereal, leite integral, muffin e margarina. É um
café que não precisa ir longe para ver o pessoal comendo cereal com leite de
manhã, um muffinzinho, pode ser um croissant em vez do muffin, e uma margarina
para passar no pão. Isso é comum. Esse foi o café da manhã da dieta
ultraprocessada. No almoço dessa dieta foi o seguinte: ravioli recheado com
carne, queijo parmesão, pão branco, margarina de novo, margarina light e
cookies de aveia. Esse foi o almoço, um macarrão, tinha pelo menos uma carne,
tinha um queijinho, tudo mais. Na janta dessa dieta ultraprocessada eles
colocaram um bife, molho, purê de batatas, margarina, milho, limonada light e
um nesquik low fat de sobremesa, que não é… Na verdade daria para ser muito
pior essa janta do que um bife com purê de batatas, né? Tudo bem que tem a
margarina e tal, mas o Nesquik eu achei engraçado.

Dr. Souto: O nesfit foi engraçado.

Rodrigo Polesso: Nesquik!

Dr. Souto: Nesquik! Aquele de morango,
né?

Rodrigo Polesso: Aquele que a gente
tomava na infância.

Dr. Souto: Rosa.

Rodrigo Polesso: E aí, essas foram as
três refeições, durante o dia eles deixaram uma variedade de snacks, de lanches
disponíveis para essas pessoas comerem quanto elas quiserem. Dentre eles tinha:
batata chips assada, ou seja, não é aquela deep fried, não é frita,
então tem bem menos gordura, menos calorias, digamos assim. Amendoim, bolacha
tipo cracker e também um molho de maçã que você pode colocar nessa bolacha
cracker. Ótimo, essa foi a dieta ultraprocessada, que podia ter sido muito
pior, mas enfim. Agora, os mesmos exemplos da dieta não processada, do outro
grupo. Café da manhã: iogurte grego com morango, banana, nozes e azeite de
oliva. Eu achei estranho essa questão do azeite de oliva com iogurte, mas tudo
bem, foi isso que eles falaram lá. Iogurte grego, então, com nozes, banana e
morango e depois umas fatias de maçã também. Ok, pode ver que não tem nada de
low carb nisso, mas tudo bem. Almoço: salada de espinafre com peito de frango,
fatias de maçã, bulgur (que é tipo uma quinoa da vida, é um grão), sementes de girassol
e uvas. E para temperar vinagrete com azeite, uma salada básica. Lembrando que
tudo isso equalizado em calorias e macronutrientes entre as duas dietas.
Jantar: bife, arroz com pimentões, brócolis no vapor, uma salada simples,
fatias de laranja e nozes pecãs. E de snacks durante o dia eles deixavam
laranjas, maçãs, uvas passas e também amêndoas e nozes para as pessoas
consumirem caso elas estivessem com fome. Vamos lá! O grupo que consumiu a
dieta ultraprocessada, pessoal, ingeriu em média estonteantes 500 calorias a
mais por dia do que o grupo que consumiu a dieta não processada. Sem contar que
esse grupo que consumiu ultraprocessada também ganhou peso equivalente ao
excesso dessas calorias. E o segundo grupo da não processada perdeu. O excesso
de calorias veio de carboidratos, principalmente, enquanto a ingestão de
proteínas se manteve igual nos dois grupos. A gente tende a falar isso sempre
aqui, que a proteína basicamente se auto regula. Existem estudos parecidos em
ratos, que quanto mais processada a dieta mais eles comem e mais peso eles
ganham, independente do conteúdo da dieta em sim. Então novamente, relembrando:
tudo foi equalizado entre macronutrientes, fibras, açúcares, tudo equalizado,
só mudou a qualidade dos alimentos, a composição foi a mesma. E o pessoal foi
instruído a comer espontaneamente de acordo com a vontade. E mesmo assim, o bottom
line
aqui, a conclusão é que o grupo que comeu comidas processadas acabou
comendo 500 calorias a mais por dia de alimentos do que o outro grupo. Enfim,
nada de novidade, dr. Souto, mas só por ter sido um estudo extremamente bem
controlado in patient, equalizado em
questão de macronutrientes e nutrição, a gente tem uma prova bem clara do
ensaio clínico randomizado dizendo que o mero processamento e qualidade dos
alimentos tem impacto crucial no futuro da saúde e boa forma das pessoas.

Dr. Souto: A gente fala tanto de estudo
mal feito que é gostoso poder falar de um estudo bem feito.

Rodrigo Polesso: É mesmo.

Dr. Souto: Então, assim, esse estudo
foi espetacular! Falem o que falem do Kevin Hall, o Kevin Hall vive se batendo
com os autores low carb, ele não é um sujeito que defenda a abordagem low carb.
Mas o fato é que o cara é um baita cientista. E os estudos dele são, em geral,
muito bem controlados, muito bem desenhados. E esse aí não é exceção. Porque
muitas das vezes as coisas se confundem. Um estudo, por exemplo, vai ter mais
alimentos processados… Ah, a maioria dos alimentos processados é carboidrato,
açúcar e farinha. Mas o que acontece? O pessoal critica, sim, mas essa é uma
dieta que tem pouca proteína, então as pessoas ficam menos saciadas, porque tem
pouca proteína. Então ele fez questão que a quantidade de proteína nas dietas
oferecidas fosse a mesma. Ele fez todo o controle e então, basicamente a diferença
entre os grupos era somente o grau de processamento. Outra coisa também, como
você deixou bem claro, nenhum dos grupos era low carb. Os dois grupos tinham
uma proporção razoável de carboidratos, os dois grupos não tinham muita
gordura. Quer dizer, era uma dieta mais ou menos como a dieta que as diretrizes
convencionais recomendam, uma dieta com mais carboidrato. Só que em um grupo
era carboidrato lixo e no outro grupo era carboidratos de qualidade maior. Quem
desenvolveu essa classificação, essa ideia de processados, ultraprocessados,
versus não processados ou minimamente processados, que se chama Sistema Nova, é
um brasileiro. É um brasileiro, professor Carlos Monteiro da USP. E o nosso
guia alimentar brasileiro utiliza isso. Desde 2014 o guia alimentar brasileiro
usa o conceito de que o que importa é escolher alimentos minimamente
processados ou não processados. Então, esse estudo do Kevin Hall na realidade
está dando um importante suporte científico a essa ideia genial do dr.
Monteiro.

Rodrigo Polesso: Sim.

Dr. Souto: Porque até então ela, cá
entre nós, era uma ideia, era uma hipótese. A gente já tinha evidência
indireta, evidência observacional, evidência epidemiológica. Pessoas que
consomem alimentos mais processados tendem a ter mais obesidade, mais síndrome
metabólica, mais diabetes. Mas aí a seta da causalidade poderia ser diferente,
por que não? Poderia ser o seguinte: pessoas que tem menos acesso à alimentos
de qualidade, tem um nível socioeconômico mais baixo acabam adoecendo, mas os
alimentos processados são mais baratos. Talvez fosse um marcador de pobreza,
entendeu? Mas não. Esse estudo agora é um ensaio clínico randomizado. Todas
essas variáveis aí estão fora. A única diferença era: alimentos processados ou
minimamente processados comparados, randomizados. E é uma diferença louca, 500
calorias por dia!

Rodrigo Polesso: É muita coisa.

Dr. Souto: É muita coisa. Agora, tem um
detalhe que também está contido nesse estudo, que vale uma bela reflexão. Sabe
quanto a mais custou a dieta das pessoas que fizeram uma dieta de alimentos não
tão processados? Custou 40% a mais. Isso não precisa necessariamente ser assim.
Mas da forma como o sistema alimentar está desenhado nos dias de hoje,
infelizmente sim, os alimentos processados acabam sendo bem mais baratos.

Rodrigo Polesso: Sim.

Dr. Souto: Esses dias eu estava
conversando com um paciente meu que me provou por A + B que tinha uma
determinada feira onde ele comprava os produtos orgânicos dele, que era mais
barato do que no supermercado. Mas é que o nosso sistema alimentar, o nosso food
system
não está organizado para favorecer esse tipo de coisa. De modo que
realmente em termos de escala de produção… a escala de produção é uma forma de
baratear as coisas e aí vocês imaginam tentar fazer alimentos pouco processados
que acabam sendo em escala menor ou mais artesanais, é difícil conseguir o
preço de uma indústria que faz uma monocultura gigante, detonando o meio
ambiente. Aliás, é sempre uma oportunidade da gente lembrar aqui. Com uma vaca
é possível alimentar um ser humano por um ano. Então é uma vida que se perdeu
ali. Mas saiu publicado, acho que essa semana ainda, poucos dias atrás, um
artigo mostrando que na França está havendo um declínio catastrófico de uma
série de populações de aves. E o pessoal descobriu que o problema é o seguinte,
é que as grandes extensões de monocultura, graças ao uso de pesticidas, estão
dizimando os insetos que servem de alimentos para essas aves. Então assim, onde
você tem uma criação extensiva de gado, a pecuária, o gado comendo capim, que é
a forma que o gado é feito para ser criado, ali a biodiversidade aflora. Ali o
que tem de animais selvagens convivendo junto, pássaros, insetos… Agora, a
monocultura ela é um desastre ecológico. Então, vamos ver se a gente entende:
eu preciso dizimar um ecossistema e matar milhares e milhares de animais para
produzir a monocultura que vai permitir ao vegetariano achar que o que ele está
comendo não matou nenhum animal.

Rodrigo Polesso: Exato.

Dr. Souto: Então, são coisas que a
gente tem que refletir. Quer dizer, a ecologia é uma coisa complexa, mexer
nesse sistema é uma coisa que tem resultados muitas vezes imprevisíveis. Quando
eu li a manchete daquele estudo, eu pensei: nossa, o veneno está matando os
pássaros. Não, o veneno estava matando os insetos, só que os insetos são os
alimentos dos pássaros. Aí daqui a pouco o que acontece? Começa a declinar essa
população de pássaros e quem sabe outros insetos que não são pragas da lavoura,
mas que são pragas humanas, como mosquitos, por exemplo, vão começar a
proliferar porque não tem o pássaro para comer o mosquito. Ecologia é um troço
bem complexo.

Rodrigo Polesso: Tudo é interligado,
né?

Dr. Souto: Quem já viu uma fazenda de
pecuária sabe. Estão ali as vaquinhas, aí a vaquinha tem o carrapato nas
costas, vai lá o passarinho pousa em cima da vaca e come o carrapato, e aí a
vaca evacua e aquele cocozinho no solo serve de adubo, também ali os insetos
vão colocar ovos. Existe toda uma biodiversidade. E tudo isso está sequestrando
carbono atmosférico e botando no solo.  

Rodrigo Polesso: Isso é chamado
natureza.

Dr. Souto: Isso é chamado natureza.
Assim, por incrível que pareça, a natureza que sempre teve herbívoros, nunca
precisou do ser humano para funcionar bem, gerar solo, ter uma camada de solo
fértil. O que acaba com o solo fértil e libera carbono na atmosfera, repito… é
importante bater nessa tecla toda semana. Não é o pum da vaca. O pum da vaca
vai para a atmosfera, a grama pega aquilo junto com o sol faz fotossíntese e
transforma em mais grama, que por sua fez gera mais vaca e é um sistema
maravilhoso, movido à energia solar. O problema é eu pegar o carbono que está
sequestrado há 200 milhões de anos nas profundezas da Terra, petróleo, né? Vou
tirar e vou usar isso para fazer monocultura industrial para fazer o tofu do
sujeito que acha que esse tofu vai salvar o planeta.

Rodrigo Polesso: Não vai salvar nem
ele!

Dr. Souto: Ao mesmo tempo, criando a
monocultura, que é a coisa mais próxima de um deserto ecológico que existe,
destruindo a vida de milhões de animais, para poder ter a ilusão do sujeito que
mora na cidade e não tem noção, de que aquilo que ele está comendo não carrega
a morte de outros seres.

Rodrigo Polesso: Muito bem dito. Como
eu falei, a gente pode só falar sobre esses assuntos, a gente sempre acaba
voltando para a mesma coisa, que é essa loucura dessa ideologia alimentar
moderna.

Dr. Souto: Voltando ao estudo do Kevin
Hall, acho que ele é sensacional. Ele dá suporte científico extremamente forte
para as diretrizes brasileiras. E eu acho que ele vem também a casar bem com
aquele estudo que nós comentamos há vários meses atrás, que se chama
DIETFITS.
Para relembrar a memória do pessoal: era aquele estudo conduzido
pelo Gardner da Universidade da Califórnia, que foi um ensaio clínico
randomizado no qual eles fizeram um grupo low carb e um grupo low fat, mas nos
dois grupos ele fez um esforço tremendo para que as dietas fossem de alta
qualidade, minimamente processadas. Quando foi feito assim, quase não teve
diferença entre os grupos. É bem verdade que há críticas naquele estudo, o
grupo só foi low fat e low carb mesmo nas primeiras 8 semanas, e o estudo durou
um ano, se não me engano. E depois das primeiras 8 semanas o grupo low fat
podia comer mais gordura e o low carb podia comer mais carboidrato até a
quantidade que eles achassem confortável, de modo que acabou sendo a comparação
de um braço não muito low carb com outro não muito low fat e ambos com boa
qualidade. O fato é que houve perda de peso nos dois grupos. Mostrando que
talvez o principal em nível populacional… eu estou falando para a população em
geral, não estou falando para gente doente. Para a população em geral sim,
evitar alimentos processados e ultraprocessados já é 80% do caminho. Agora, se
estivermos falando de obesidade, síndrome metabólica, diabetes, resistência à
insulina, aí não tem para ninguém, né, pessoal? Aí é low carb. Quem disse que
low carb é o mais estudado e o que tem melhor resultado glicêmico nessas
situações não é o Polesso, não é o Souto, é a Associação Americana do Diabetes,
nas diretrizes mais recentes de 2019.

Rodrigo Polesso: É isso aí. Muito bom.
Ah, e sobre a questão do custo, mesmo se você não fizer a sua pesquisa e acabar
tendo que gastar 40% mais em uma dieta para te deixar saudável e em forma para
o resto da vida, ao invés de comer ração, você tem que pensar, parar um pouco,
parar de reclamar e ver onde você consegue cortar excesso de supérfluo que você
está gastando no seu dia a dia para poder talvez priorizar, elencar melhor as
suas prioridades, no caso. Alimentação acho que é uma das principais coisas.

Dr. Souto: E remédio custa caro também,
né?

Rodrigo Polesso: Muito caro.

Dr. Souto: Insulina custa caro também.

Rodrigo Polesso: Não só para as
pessoas, mas para o governo e para todo mundo. É isso aí, pessoal. Caso de
sucesso de hoje. As pessoas se transformando como sempre. Ela falou: “Meu nome
é Rosana Selaro, eu tenho 50 anos e quero compartilhar o meu resultado e do meu
filho de 22 anos do Desafio 30 Dias. Eu perdi 6 kg e 6 cm de cintura e meu
filho 7,4 kg e 6 cm de cintura. Muito feliz com o resultado e empolgada para a
segunda fase!” Veja só, o pessoal fala: Ah, Rodrigo, você não entende eu estou
com 50, 60 anos, o emagrecimento não é igual. Nesse caso ela fez o Desafio 30
Dias junto com o filho de 22 anos, ela perdeu 6 e o filho perdeu 7,4 kg e ambos
perderam 6 cm de cintura fazendo o que tem que ser feito. Então, idade não é
desculpa. Esses 30 dias, o Desafio 30 Dias é como eu sempre falo, a primeira
fase do Programa Código Emagrecer de Vez, que são 3 fases no total. Se você
quer seguir, quer ver como funciona, entre em CódigoEmagrecerDeVez.com.br. Toda
semana eu trago um caso de sucesso aqui para motivar as pessoas e mostrar que
sim, é possível se renovar, viver em forma e saudável, independente da idade,
quando se faz as coisas certas baseadas em evidência.

Dr. Souto: Muito bom!

Rodrigo Polesso:Muy bueno! Eu
quero compartilhar aqui um trabalho de conclusão de curso de pós-graduação de
nutrição da USP, da nutricionista Marta Nicolli. Ela nos contatou há um tempo
atrás dizendo que queria que esse trabalho de conclusão dela ganhasse uma
atenção e também dizendo que ela não conseguiu publicar esse trabalho em lugar
nenhum, por estar no caminho oposto da norma atual, essa corrente de ideologia
que a gente tem falado ultimamente. O trabalho dela, para você entender, foi
uma revisão de literatura em relação ao consumo de gorduras na dieta, relação
de gorduras com saúde e perda de peso. O que ela fez nesse trabalho de conclusão,
nesse TCC, ela revisou 43… Mais, na verdade, uma centena de publicações, mas
acabou filtrando e ficou com 43 publicações científicas que ela avaliou, que
foram publicadas depois do ano 2000. Então, 43 publicações nesse sentido de
gordura, dieta e emagrecimento mais atuais, depois do ano 2000. A conclusão do
trabalho foi a seguinte, eu vou ler ipsis litteris aqui. “Os resultados
dessa pesquisa demonstram que a intervenção padrão preconizada de redução no
consumo alimentar de gordura, não refletem maiores ganhos para a saúde ou para
a redução de peso. Redução de peso pode ser variável entre intervenções que
preconizam redução de carboidratos, de gorduras ou mesmo de valor calórico
total. No entanto, o peso por si só torna-se secundariamente importante ao se obter
melhoras em padrões bioquímicos, hormonais e metabólicos, no qual observa-se,
quase na totalidade, não se beneficiam por restrição de gorduras. Considerando
assim relevante para a prática clínica nutricional a adoção de estratégias
atualizadas com base em comprovações de causa e efeito, objetivando estabelecer
bons hábitos alimentares, prevenir o sobrepeso, tratar obesidade e as
comorbidades associadas.” Essa última frase eu gostei bastante: considerando-se
irrelevante para a prática clínica nutricional, os nutricionistas do dia a dia,
a adoção de estratégias atualizadas com base em comprovações de causa e efeito.
Se não é isso, o que eles estão fazendo? Como é que é… essas coisas esotéricas?
Não, ciência. E isso tem que escrever no trabalho para ficar evidente. Eu só
queria parabenizar a Marta por esse trabalho que ela fez. A gente está aqui
ecoando isso aqui. E quem quiser entrar em contato com ela, pode entrar no Instagram.
O Instagram dela é @nutri.martanicolli. Então quero deixar os parabéns
para ela aí. Nada que seja uma novidade na questão de gordura para quem está
ouvindo aqui, né, dr. Souto? A gente fala isso desde o primeiro episódio. Mas
mais uma vez mostrando em um trabalho nacional, mostrando que a literatura
simplesmente não reflete esse dogma da baixa gordura.

Dr. Souto: Primeira coisa: parabéns,
Marta! A gente disse que ia falar e está falando do teu trabalho. E acho que
tem que falar mesmo, porque quanto mais esse tipo de trabalho for feito como
trabalho de conclusão nas Universidades Brasil à fora, é uma oportunidade de
educar, inclusive, os seus professores. Porque o professor teve que ler isso
aí. E com certeza aprendeu. Porque viu que o estudo está feito, viu que o
estudo é bem feito, viu que os estudos que foram revisados existem, os resultados
são reais. Contra fatos não há argumentos. Então, eu acho que serve de dica
para os estudantes de nutrição que estão nos ouvindo. É um caminho complicado.
Eu não me lembro se foi a Marta que falou, se não foi ela, foi um outro
estudante de nutrição que tinha me dito que acabou fazendo sem orientador,
porque não conseguiu achar um professor orientador que topasse orientar o
trabalho. E a pessoa igual fez e apresentou. Eu acho que cada um de nós é um
trabalho de formiguinha e a gente vai espalhando a informação, vai
disponibilizando a notícia. E, por incrível que pareça, no que tange à
alimentação, muitas vezes são os alunos que estão ensinando os docentes nas
Universidades.

Rodrigo Polesso: Eles estão mais
atualizados, cabeça aberta e sem tanta ideologia. Então, parabéns! Parabéns
para vocês que movem a agulha na direção certa. Dr. Souto, o que você degustou
na sua última refeição? Brócolis ao vapor? O que mais?

Dr. Souto: Não… Dessa vez eu comi um
banquete, que assim… desculpa, pessoal, mas de vez em quando eu almoço na casa
da minha mãe. Eu acho que vocês tem que segui-la. A cozinheira da minha mãe tem
Instagram, é @silamelodias. A Sila faz mágica, mágica low carb, que
fique bem claro. Então, eu comi uma moqueca de peixe, daquelas de comer de
joelhos, botando uma pimentinha. Uma moqueca de peixe… Eu comi um estrogonofe
de cogumelos com molho de vinho.

Rodrigo Polesso: Meu Deus do céu!

Dr. Souto: É. Deixa eu me lembrar o que
mais que tinha… Era tanta coisa… Eu não vou deixar vocês em dúvida, eu vou
olhar as fotos que eu bati para não esquecer de nada!

Rodrigo Polesso: Nossa Senhora! Isso
não é refeição, isso é projeto, né?

Dr. Souto: Então tá! Moqueca, tinha
também aspargos com palmitos feito na manteiga, os cogumelos que eu falei, que
estava uma coisa surreal de gostoso, repito, com molho de vinho e claro, com
creme de leite. Tinha uma saladinha mista também. E de sobremesa a Sila fez uma
cuca low carb. Farinha de amêndoas, xilitol… Mas é uma cuca, inclusive com
aquele açúcar que vai em cima da cuca, mas não era açúcar. Quem quiser entra lá
no Instagram da Sila e pergunta como ela fez aquele negócio. Eu sei que
envolveu farinha de amêndoas, xilitol, manteiga, colocar aquilo a um tempo x a
uma temperatura y para produzir os grãozinhos da cuca.

Rodrigo Polesso: Meu Deus do céu! Cara,
parabéns, hein!

Dr. Souto: Às vezes é só um bifinho,
mas assim, é possível fazer low carb com ostentação!

Rodrigo Polesso: Com certeza é
possível! Bom, para quem não tem a Sila para fazer esse banquete, eu fiz no
grill só um baita de um bife e um queijo de sobremesa. Muito simples, muito
minimalista, muito essencialista, eu diria. Bom, é basicamente isso, pessoal.
Para quem quer dedicar muito tempo na cozinha, você pode se tornar um chef
gourmet praticando low carb, se quiser. Ou você pode ser um cara totalmente
preguiçoso, como eu normalmente sou (durante a semana, pelo menos) e fazer uma
coisa muito rápida e se nutrir completamente. Porque a gente sabe o que funciona.
#alimentaçãofortenacabeça. Maravilha! É isso! A gente vai fechando aqui hoje.
Sigam a gente no Instagram: @rodrigopolesso, @jcsouto e também
@ablc.org.br. Quando você se conecta a essa turma sempre acaba achando mais
gente que está conectado a esse movimento positivo e todos nós vamos nos
movendo para frente, seguindo cada vez mais saudáveis e mais fortes. E assim é
que influencia outras pessoas, sendo exemplo de mudança. Dr. Souto, obrigado
pela atenção. Semana que vem a gente está aqui de novo para mais um papo.Dr. Souto: Obrigado e até a próxima semana!

Fonte: https://emagrecerdevez.com
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